Publicado 22/05/2023 18:45
Rio - A tia do técnico em radiologia Raphael Montovaneli, morto após ser baleado na cabeça pelo policial militar Márcio Felipe dos Santos durante uma blitz, disse que a família não está em busca de vingança, mas que espera que a justiça seja feita. No dia da primeira audiência de instrução do caso, realizada às 15h30 desta segunda-feira (22), na 3ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, Sandra Rodrigues lembrou em suas redes sociais do crime que terminou com a morte do sobrinho. O PM está preso e é réu por homicídio qualificado, quando não há possibilidade de defesa da vítima.
"Não estamos em busca de vingança e sim que seja devidamente responsabilizado. Ele nunca poderá imaginar a destruição que causou a nossa família. Que Deus ilumine aqueles que decidirão este caso. Nossos corações sangram de tanta dor", disse a tia de Raphael.
Amigos do técnico compareceram ao Fórum, no Tribunal de Justiça do Rio, para acompanhar a audiência. Eles também pedem pela condenação do policial militar, além da sua expulsão na corporação. "Não podemos deixar impune", dizia uma mensagem que convidava os colegas de Raphael para acompanhar os depoimentos na 3ª Vara Criminal do Rio.
A Polícia Militar informou que a Corregedoria Geral da Corporação segue acompanhando o caso e aguarda a conclusão do processo criminal.
Relembre o caso
Raphael Montovaneli foi assassinado após ser baleado na cabeça pelo policial militar durante uma blitz, na Avenida Marechal Rondon, Zona Norte do Rio, em setembro do ano passado. De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o policial estava baseado na Avenida Marechal Rondon, quando o carro em que a vítima estava passou, sem que qualquer dos passageiros tenha notado a ordem de parada. O agente, então, disparou contra o veículo, atingindo a cabeça de Raphael, que estava no banco de trás.
O técnico em radiologia voltava do Maracanã após um jogo entre Flamengo e Fluminense. De acordo com a Polícia Militar, o disparo ocorreu quando o motorista do automóvel teria fugido da blitz em alta velocidade na direção dos agentes.
No entanto, segundo uma prima de Raphael, Amanda Montovaneli, o motorista acelerou para poder passar com o semáforo ainda aberto, já que a região é perigosa.
O condutor teria então seguido para o Hospital do Andaraí, de onde ele e outros dois ocupantes foram à 25ª DP (Engenho Novo) para prestar esclarecimentos. Nenhum material ilícito foi encontrado no automóvel em que a vítima estava. Raphael teve morte cerebral confirmada dois dias depois.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.