Kathlen Romeu, grávida baleada na cabeça no Complexo do Lins, na Zona Norte do RioReprodução / Instagram
Publicado 23/05/2023 08:10
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Rio - A Justiça do Rio vai retomar a audiência sobre a morte Kathlen Romeu, ocorrida no dia 8 de junho de 2021, no Complexo do Lins, na Zona Norte. Segundo o TJRJ, na sessão serão ouvidos cinco policiais militares que são réus por falso testemunho e fraude processual por alterarem a cena do crime. O interrogatório está marcado para às 14h.
A jovem de apenas 24 anos, que estava grávida, foi atingida por um tiro de fuzil durante uma operação na comunidade. As investigações não concluíram quem fez o disparo, mas indicaram que quem puxou o gatilho foi um agente da PM.
Durante a audiência serão interrogados o capitão da PM Jeanderson Corrêa Sodré; o 3°sargento Rafael Chaves de Oliveira ; e os cabos da PM Rodrigo Correia de Frias, Cláudio da Silva Scanfela e Marcos da Silva Salviano. O processo está em trâmite na Auditoria da Justiça Militar.
No próximo dia 29, os acusados de atirar contra Kathlen Romeu, os PMs Marcos Felipe da Silva Salviano e Rodrigo Correia de Frias, serão interrogados novamente, mas pelo juízo da 2ª Vara Criminal da Capital.
Em junho do ano passado, o juiz Bruno Arthur Mazza Vaccari Machado Manfrenatti, da Auditoria da Justiça Militar do Rio, chegou a cancelar uma audiência do caso devido a ausência de uma testemunha de acusação.
PMs foram denunciados
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou os policiais militares Rodrigo Correia de Frias e Marcos Felipe da Silva Salviano pelo homicídio da jovem Kathlen Romeu. De acordo com a denúncia, recebida pela 2ª Vara Criminal da Capital, os dois policiais atingiram Kathlen ao disparar contra pessoas que estariam vendendo drogas na localidade conhecida como Beco da 14. Eles realizavam patrulhamento de rotina no local e teriam avistado suspeitos em situação que indicava o comércio ilegal de drogas. Sem que percebessem a presença policial, dois atiraram contra os suspeitos, não havendo qualquer ação que legitimasse a referida agressão.
Os disparos efetuados pelos policiais não atingiram os supostos traficantes, que fugiram, mas, um deles, por erro, atingiu Kathlen Romeu, que estava grávida. No momento da ação ela caminhava com a avó pela Rua Araújo Leitão. O MPRJ chamou a atenção pelo fato de os policiais militares atiraram em direção à rua, que sabiam se tratar de uma via de grande movimento de carros e pessoas.
A promotoria ressaltou que apesar de a ação ter sido dirigida a criminosos, eles não ofereciam risco aos policiais ou a terceiros, pois já estavam em fuga. A denúncia ressalta, por fim, que a fundamentação de prévio confronto com traficantes se apresenta como cenário inteiramente dissociado dos elementos probatórios.
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