Caminhão tombou e pegou fogo na subida da Serra de PetrópolisDivulgação / PRF

Rio - Policiais da 61ª DP (Xerém) realizaram, na tarde de quinta-feira (8), a perícia na pista e no caminhão que tombou e causou um grande incêndio na subida da Serra de Petrópolis. O caso está sendo investigado pela distrital, que atua para identificar as causas do tombamento. O local do acidente, na altura do Km 96 da BR-040, é conhecido por ter uma curva perigosa, onde são registrados acidentes com veículos pesados.
O corpo do motorista Leandro Ribeiro Gomes da Silva, que dirigia o caminhão de modelo bitrem, foi encaminhado ao Instituo Médico Legal da região.
A remoção do caminhão foi concluída às 3h30 desta sexta-feira, após três interdições totais da via que duraram cerca de três minutos cada. Não houve registro de congestionamento durante a madrugada. A Concer, concessionária que administra a rodovia, informou que está fazendo uma levantamento dos danos para tomar providências cabíveis.
Na manhã desta sexta-feira, o trânsito continua em meia pista para a avaliação de dano e limpeza completa do pavimento. O objetivo é não deixar vestígios de combustível que possam causar um novo incêndio.
Além do caminhão, outros cinco veículos pegaram fogo, sendo que quatro ficaram totalmente danificados e um foi parcialmente prejudicado. Uma vítima teve queimaduras leves no braço e foi liberada no local.
O empresário e barbeiro Rodrigo Azevedo chegou no local pouco depois de o caminhão tombar e presenciou o início do incêndio. Ele conta que viu um dos carros tentar passar pelo fogo. A sua namorada, que estava na garupa, filmou o fogo descendo com o óleo diesel em direção aos veículos que trafegavam na pista. As imagens foram publicadas em seu perfil na rede social Instagram.
"Quando viramos na curva, vimos o caminhão tombado, do nosso lado, iniciando o fogo. Eu achei que se dissiparia logo e, de repente, um carro entrou no fogo. Não sei se saiu do outro lado, mas soube que outros carros pegaram fogo. Fiquei olhando meio estarrecido e, em questão de segundos, o diesel começou a escorrer e me cercou por todos os lados com fogo. Quando me dei conta, a única opção era voltar na contramão. Na medida em que fui contornando, vi o diesel descendo como se fosse lava de vulcão. Então, comecei a pedir para todos voltarem, porque os carros estavam subindo e o fogo estava descendo. Foi bem tenso, nunca vi isso na minha vida", relatou empresário ao DIA.
As chamas foram combatidas pelo Grupamento de Operações com Produtos Perigosos (Gopp) do Corpo de Bombeiros. Técnico do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) também foram acionados para avaliar os danos causados pelo derramamento de combustível em uma extensão de 300 metros.
Desde 2019, o motorista Leandro prestava serviço à Rede Amigão Saraiva, que transporta derivados de petróleo. Em nota, a empresa lamentou a morte e informou que está prestando apoio à família do Leandro e às autoridades.
"Leandro sempre desempenhou suas funções com esmero, profissionalismo e grande dedicação. Transmitimos aos familiares e amigos nossas mais sentidas condolências. Enquanto as causas do trágico acidente são investigados, a Rede Amigão ressalta seu compromisso com a segurança de suas operações e de seus colaboradores", publicou nas redes sociais. 
Simulação de acidente
A Defesa Civil de Duque de Caxias havia realizado, na segunda-feira (5), uma simulação de acidente envolvendo um caminhão tanque no Km 96 da subida da Serra de Petrópolis, mesmo local onde ocorreu o tombamento do veículo na manhã desta quinta-feira.
O local foi escolhido por conta da curva perigosa, onde já haviam sido registrados outros acidentes envolvendo veículos pesados. Um funcionário de uma empresa de transporte que preferiu não se identificar relatou ao DIA que a área é conhecida como "curva das carretas", justamente pelo alto risco de acidentes. Ele contou que a região tem boa sinalização do limite máximo de 50 Km/h, mas alguns motoristas acabam passando em alta velocidade.
De acordo com a Prefeitura de Duque de Caxias, a simulação teve o objetivo de avaliar a capacidade de resposta dos setores envolvidos em casos de risco de morte e vazamento de produtos tóxicos que possam oferecer perigo à população e ao meio-ambiente. O exercício contou com a participação de entidades públicas e privadas.