Corpo de Hélio Turco foi enterrado no São João BatistaRaphael Perucci / Agência O Dia
Durante o velório, na capela 3, o caixão foi coberto com as bandeiras da Estação Primeira, do Fluminense, seu time de coração, e a faixa de presidente de honra, cargo que passou a exercer em 2021, após o falecimento de Nelson Sargento.
A despedida contou com a presença de muitos mangueirenses, como os ex-presidentes Elmo José do Santos, Álvaro Luis Caetano, o Alvinho, e Elias Riche; do diretor cultural da Liesa e ex-presidente da Portela, Luis Carlos Magalhães, além de representantes de outras agremiações, com o compositor e ex-presidente da Vila Isabel, Evandro Bocão.
O baluarte, que faleceu na madrugada de quinta-feira (8), estava internado desde a última terça (6) na UPA do Engenho Novo, na Zona Norte, com uma infecção. Segundo familiares, a causa do falecimento foi septicemia.
Nos últimos anos, ele estava com problemas de locomoção. No entanto, mesmo usando cadeira de rodas, marcou presença no desfile de 2023, no carro abre-alas.
Dayse Neves, filha do compositor, contou que o pai, sempre manifestou desejo de ser enterrado no São João Batista, onde a família tem um jazigo, por ser o local que abriga o Mausoléu da Academia Brasileira de Letras. No local, estão enterrados Machado de Assis, Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto, Dias Gomes e outros "imortais". Coincidência ou não, uma das coroas de flores enviadas para o velório trazia uma frase que resume bem a trajetória de Hélio Turco: "Morre um poeta, nasce uma lenda".
Trajetória
Hélio é o maior campeão das disputas de samba-enredo da história da Mangueira, sendo autor de 16 canções escolhidas para embalar os desfiles da segunda maior campeã do Carnaval. Dentre estes, o compositor alcançou o campeonato com seis. Ele também se notabilizou por fazer as bandeirinhas de papel que eram distribuídas para o público das arquibancadas da Sapucaí. Gostava, também, de fazer pipas.
Sua trajetória foi retratada no livro "Três Poetas do Samba-enredo - Compositores Que Fizeram História no Carnaval", da editora Cobogó. Assinada pela pesquisadora Rachel Valença, pelo jornalista Leonardo Bruno e pelo ator e diretor Gustavo Gasparani, a obra revisita as histórias de Hélio, do imperiano Aluísio Machado e do portelense David Corrêa. O capítulo sobre o mangueirense ficou a cargo Gasparani, que é também passista da escola.
*Em atualização
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.