Enterro do 3º Sargento Roberto de Souza, de 39 anos, teve diversas homenagens de policiaisPedro Ivo / Agência O Dia
Publicado 03/06/2023 18:20
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Rio - Os policiais militares Roberto Rino de Souza, de 39 anos, e Felipe Moura Cardoso Soresini, 38, mortos após serem baleados em um confronto com criminosos na Comunidade Corte 8, foram sepultados na tarde deste sábado (3) no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio.
As cerimônias contaram com a presença de familiares e amigos das vítimas. Diversos PMs, que integram a corporação e trabalhavam com os dois agentes, também compareceram nos sepultamentos. Durante o caminho para o sepultamento, os caixões passaram por um corredor feito de policiais que deram suas últimas homenagens.
O secretário de Estado de Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Marinho Pires, esteve no cemitério e lamentou a morte de Roberto e Felipe. Segundo o secretário, os setores de inteligência da corporação já estão analisando dados que possam contribuir para a identificação de suspeitos envolvidos nos crimes.
"É um momento muito triste de ataque à corporação e ao estado. Nós estamos aqui hoje prestando essa homenagem, mas é um momento muito triste e de muito pesar. Nós estamos trabalhando em busca de dados dos elementos que fizeram isso com nossos policiais militares. O trabalho segue apesar da tristeza e do luto. Nós não podemos parar. Nós estamos trabalhando e estudando, estávamos reunidos com os comandantes agora a pouco conversando sobre isso. Qualquer coisa que a gente possa falar agora é prematuro, mas buscamos a identificação dos elementos que fizeram isso com os nossos policiais militares. Apesar do luto, seguimos trabalhando, mas já pensando daqui para a frente os próximos passos da corporação para aquela região", contou o coronel.
Roberto, que era 3º sargento da PM e lotado no 15º BPM, foi baleado na cabeça, socorrido por colegas de farda e levado para o Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), mas não resistiu aos ferimentos. Na corporação desde 2009, ele deixa quatro filhos.
Já o cabo Felipe deu entrada no Hospital Municipal Dr. Moacyr Rodrigues do Carmo (HMMRC) com tiros no ombro e no abdômen. Ele passou por cirurgia, mas também não resistiu aos ferimentos. Sua morte foi confirmada às 20h desta sexta-feira (2).
De acordo com a Polícia Militar, policiais do 15º BPM (Duque de Caxias) realizavam uma ação na comunidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, nesta sexta-feira (2), quando foram atacados a tiros por traficantes. Após o confronto, pelo menos três ônibus foram incendiados nas imediações das comunidades. Moradores também relataram dificuldades para encontrar transportes públicos para voltar para casa.
Além dos dois policiais, três suspeitos, não identificados, também morreram durante o confronto. De acordo com a direção do HMMRC, os três já deram entrada na unidade mortos, após serem feridos no tiroteio. Entre esses homens estaria o traficante "Fiel", apontado como gerente do tráfico de drogas do Corte 8.
Um quarto homem, identificado como Nathan Hyrval Cassiano, 24 anos, também deu entrada na mesma unidade baleado por volta das 17h. Ele foi transferido para o Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), passou por avaliação médica, ortopedia, cirurgia e permanece internado sob custódia. O estado de saúde dele é estável. Nathan é irmão do chefe do tráfico de drogas do Corte 8, vulgo "Bochecha Rosa".
Ao fim da ocorrência, três fuzis, uma pistola e uma granada foram apreendidos. De acordo com a PM, o 15º BPM reforçou o policiamento na região neste sábado (3) contando com o apoio de outras unidades do 3º Comando de Policiamento de Área (Baixada Fluminense), do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (RECOM), bem como do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE).
Federação repudia ataques a ônibus
Os ataques contra três ônibus após o confronto no Corte 8, em Duque de Caxias, foram repudiados pela Federação das Empresas de Mobilidade do Estado do Rio de Janeiro (Semove). De acordo com a entidade, que representa 184 empresas de transporte do Rio, nos últimos 10 anos 252 coletivos foram alvo de incêndio criminoso e a Baixada Fluminense concentra 90% dos casos.
Os veículos pertenciam a Viação Santo Antônio. De tarde, um ônibus foi incendiado na Av. Governador Leonel de Moura Brizola, sentido Duque de Caxias. Um segundo ônibus também foi queimado na Av. Presidente Kennedy. No início da noite, um terceiro ônibus foi queimado no bairro Jardim Leal, no município.
Segundo a Semove, a prática criminosa e a falta de cobertura de seguro para o crime atrapalha o investimento na renovação da frota e prejudica a população.
"O custo para reposição dos veículos incendiados desde 2014 soma, em valores atuais, mais de R$ 200 milhões. É importante destacar que um ônibus incendiado deixa de transportar cerca de 70 mil passageiros em seis meses, tempo mínimo para que haja a reposição de um veículo no sistema de transporte", esclareceu a entidade.
*Colaborou Pedro Ivo
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