Bandeira na praia do Leme, na Zona Sul do Rio, pedindo justiça para o casoReprodução
Publicado 08/06/2023 15:03
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Rio - Um ato, na manhã desta quinta-feira (8), lembrou os dois anos da morte de Kathlen Romeu durante uma operação policial no Lins, na Zona Norte. A homenagem aconteceu na praia do Leme, na Zona Sul.
Na época, a jovem que tinha 24 anos e trabalhava como modelo e designer de interiores, estava grávida de quatro meses. A família acusa policiais militares de terem sido responsáveis pela morte.
No ato, amigos e familiares usavam camisas com o rosto de Kathlen na altura do posto 1 da praia. Sua mãe, Jackeline Oliveira, leu uma carta aberta com mais pedidos de justiça.
O caso
Kathlen Romeu, de 24 anos, que foi morta no Complexo do Lins, na Zona Norte do Rio, em 8 de junho de 2021. Ela estava visitando parentes junto de sua avó quando foi atingida por um tiro.

A jovem era uma designer de interiores e modelo que estava grávida de quatro meses. O caso ganhou ampla repercussão e provocou protestos e debates sobre a violência policial.
A Polícia Militar, na época, informou que houve uma troca de tiros no local. A versão é contestada pela família. No enterro de Kathlen, sua mãe, Jackeline Oliveira, chegou a dizer que não foi uma bala perdida, mas sim uma 'bala direcionada'.
Processo
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) realizou, no fim de maio, uma audiência de instrução e julgamento dos dois policiais militares acusados de matar Kathlen. No primeiro dia de audiência, foram ouvidas quatro testemunhas escolhidas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). 
A primeira a falar foi a avó de Kathlen, Sayonara de Fátima Queiroz de Oliveira. Ela reforçou que as ruas estavam calmas, enquanto elas caminhavam em direção à casa da tia de Kathlen. Não havia barulho que indicasse troca de tiros. A avó relatou ter ouvido, de repente, uma rajada e, depois, viu a neta caída no chão.
A mãe de Kathlen, Jackelline de Oliveira Lopes, também prestou depoimento. Ela afirmou que, à época, foi avisada apenas que a filha havia sido atingida no braço e só descobriu sobre a morte no hospital. Para lidar com a perda da filha, disse que recorreu a remédios e a sessões de terapia: “Para não enlouquecer, eu saio de casa para trabalhar”.

As outras duas testemunhas ouvidas pela Justiça foram Marinalva Mafra Pinto, moradora do Beco da 14, e Noeli Brandão, presidente da Associação de Moradores Unidos do Barro Preto, do Complexo do Lins.

Na próxima audiência, marcada para o dia 7 de agosto, estão previstos depoimentos de mais testemunhas.

Os dois policiais militares acusados de homicídio são Marcos Felipe da Silva Salviano e Rodrigo Correia de Frias. Eles patrulhavam a região onde Kathlen foi baleada. Os dois alegam ter trocado tiros com traficantes locais. Além de réus por homicídio, eles respondem, junto com mais três PMs, por fraude processual, pois teriam alterado a cena do crime.
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