Prefeito Eduardo Paes participa do lançamento do maior programa de fomento da RioFilmePedro Ivo/Agência O Dia
Os valores são provenientes de recursos municipais e da Lei Paulo Gustavo. Esse é o maior montante distribuído pela RioFilme por meio de editais desde a sua criação, em 1992. A cerimônia de lançamento contou com as presenças do prefeito Eduardo Paes, do secretário municipal de Cultura, Marcelo Calero, e do diretor-presidente da RioFilme, Eduardo Figueira.
“Iniciamos o processo de retomada, e a cidade do Rio está em um bom momento de novo. O nosso caminho, para que possamos seguir, é usar elementos do passado e olhar para o futuro, pensando em grandes projetos. A cultura tem o papel de gerar reflexão, mas também olhamos para a atividade econômica que vocês representam, a riqueza gerada, os empregos, o potencial dessa economia criativa para a cidade. Vocês são muito importantes na produção, mas talvez sejam também os agentes econômicos mais importantes da cidade. A cultura faz o Rio ser tão desejado”, afirmou Eduardo Paes.
O Pró-Carioca Audiovisual contempla investimentos nos cinemas de rua, na formação profissional e na promoção internacional do audiovisual carioca.
"Um programa como esse movimenta a economia, gera empregos, impacta na cadeia produtiva da cidade. Quando temos uma produção ocorrendo no Rio de Janeiro, temos a contratação desde a parte da alimentação, passando pelo hotel, transporte, movimentando de maneira robusta e consistente a economia da cidade. E precisamos lembrar da questão da identidade, a maneira de ser do carioca, que é levada para as telas, para outros povos, o que acaba se tornando um objeto de desejo. Isso nos ajuda a consolidar o Rio não apenas como destino turístico, mas como referência de cultura no mundo", disse Marcelo Calero.
Desde 2021, a Riofilme vem construído uma política afirmativa para a democratização na distribuição dos recursos. Os editais têm regras claras de pontuação adicional priorizando grupos e territórios, com o objetivo de impulsionar mulheres, negros, pessoas LGBTI+, indígenas e pessoas com deficiências.
"Estamos muito felizes em lançar esses novos editais, que são um aperfeiçoamento do nosso trabalho na RioFilme. Em 2021, nós pegamos o mercado audiovisual totalmente destroçado no Rio de Janeiro, e também no Brasil, sem investimento nenhum. E 2022 foi um ano em que começamos a trabalhar uma política do audiovisual, por exemplo, com a licitação do Polo Cine Vídeo, apreço nas políticas afirmativas, entre outros. E este ano lançamos o maior programa de audiovisual da cidade do Rio", afirmou Eduardo Figueira.
Os novos editais terão textos na íntegra e sistema de inscrição disponíveis no site da empresa. As inscrições abrem nesta quinta-feira (27) e seguem até 25 de agosto.
Na modalidade Reembolsável (devolução de uma parte à RioFilme), estão abertas as inscrições para os editais de:
Distribuição de Longa-Metragem: R$ 1 milhão
Produção de Longa-Metragem Ficção e Animação: R$ 22,5 milhões
Na modalidade Não Reembolsável, foram lançados os seguintes editais:
Produção de Longa-Metragem ou Série Documental: R$ 5,6 milhões
Desenvolvimento de Projetos: R$ 4,5 milhões
Produção de Curta-Metragem: R$ 1,9 milhão
Produção de Novas Temporadas de Webséries: R$ 600 mil
Apoio a participação em Mostras e Festivais: R$ 140 mil
Apoio a Ações Locais de Formação e Cineclubes: R$ 1,2 milhão
O apoio a Mostras e Festivais terá ações estratégicas de investimento direto e seleção via edital, somando o investimento de R$ 5,7 milhões.
Edital de Cash Rebate
O Edital de Cash Rebate, um edital de incentivo à atração de produções audiovisuais para o Ri, vai investir R$ 12 milhões em produções (nacionais ou internacionais) que escolherem o Rio de Janeiro como cenário.
Esse valor será distribuído da seguinte forma: R$ 10 milhões para Produções Internacionais e R$ 2 milhões a Produções Brasileiras. Todos os recursos investidos por meio do Cash Rebate são geridos por produtoras cariocas, que operam como intervenientes nos contratos com a RioFilme.
Para acessarem os recursos, além da parceria com produtoras cariocas, as produções devem cumprir uma série de requisitos contratuais que garantem a contratação de profissionais do audiovisual da cidade para as filmagens, como uma forma de gerar trabalho e renda para os trabalhadores da indústria no Rio de Janeiro.
O objetivo desse edital, como o próprio nome sugere, é atrair produções internacionais e de outros estados do Brasil para que filmem no Rio, impactando consideravelmente a economia da cidade de maneira direta e indiretamente em diferentes segmentos. Em 2022, o edital atraiu R$ 67 milhões para a economia da cidade, com um impacto da ordem de R$ 82 milhões na economia do município.
Selo 'Filmado no Rio'
Para dar visibilidade às locações cariocas no cenário audiovisual internacional, foi anunciada a criação do selo 'Filmado no Rio' (Filmed in Rio) a ser aplicado nas obras que utilizarem o Rio de Janeiro como locação principal em suas histórias e também a produções que tiverem o apoio da Rio Film Commission durante as filmagens em nossa cidade.
Essa é uma prática adotada por algumas das maiores Film Commissions do mundo, que tem dado grande visibilidade a cidades que se destacam entre os mais disputados destinos cinematográficos do circuito internacional.
Por conta desses esforços, o Rio veio em crescente aumento de diárias de filmagens. Em 2021, tivemos 4.483 diárias, em 2022, foram 7.174, um aumento de 60% em relação a 2021, e, até o momento, em 2023, a cidade teve 4.296 diárias de filmagem. A projeção para 2024 é de ultrapassarmos 8 mil diárias de filmagem autorizadas na cidade.
Reforma de cinemas de rua e ingressos reduzidos
A RioFilme anunciou ainda o programa Viva o Cinema de Rua, que destinará R$ 3,5 milhões a oito propostas de reforma, manutenção e funcionamento de salas de cinema de rua e na periferia do Rio de Janeiro, com contrapartida de redução do preço de ingressos para filmes brasileiros e de “arte” (pequena distribuição). O que garantirá a redução do preço do ingresso para R$ 5, por meio do subsídio da RioFilme.
Além disso, o investimento tem como contrapartida a reserva de 10% dos ingressos para distribuição gratuita a alunos e professores das redes públicas municipais e estaduais com direito a um acompanhante e a obrigação de exibir filmes brasileiros em volume 10% superior que o estabelecido pela Cota de Tela.
Cine Carioca José Wilker será novo cinema de rua
A RioFilme criou um novo cinema de rua, o Cine Carioca José Wilker, em Laranjeiras. Por meio de uma licitação para a reestruturação e gestão, o projeto receberá mais de R$ 1,4 milhões e funcionará como centro de referência do cinema brasileiro e de artes.
Foi anunciada também a reforma do CineCarioca Nova Brasília, no Complexo do Alemão, com R$ 800 mil para custear reparos elétricos, troca de ar-condicionado, projetor, poltronas e pipoqueira. A sala impacta cerca de 60 mil pessoas de 15 comunidades da região. Por meio do subsídio da RioFilme, o CineCarioca Nova Brasília oferece desde a reabertura em 2021, quatro sessões diárias de filmes com ingressos a R$ 5.
Promoção internacional do audiovisual carioca
Na área de promoção internacional do audiovisual carioca, a prefeitura anunciou uma missão com produtores audiovisuais cariocas, liderada pela RioFilme, no Festival de Cannes em 2024, e também uma parceria que irá viabilizar um braço de mercado do festival francês Séries Mania Fórum na cidade durante o Rio Market (Festival do Rio). O objetivo é promover o encontro entre realizadores cariocas e representantes internacionais, para que se criem parcerias no campo da promoção internacional do conteúdo audiovisual carioca. O Séries Mania é um dos maiores festivais de séries realizados no mundo.
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