Primeiro semestre de 2023 tem aumento de 9% nos homicídios no Rio, aponta ISP
Levantamento comparou os sete primeiros meses deste ano, com o mesmo período de 2022. Considerando apenas o mês de julho, houve redução destas mortes em relação ao ano passado
No índice, houve uma queda de aproximadamente 30% na taxa de assassinatos - Arquivo/Pedro Ivo/Agência O Dia
No índice, houve uma queda de aproximadamente 30% na taxa de assassinatosArquivo/Pedro Ivo/Agência O Dia
Rio - Um levantamento realizado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) mostrou que o Estado do Rio apresentou um aumento de 9% no número de homicídios nos primeiros sete meses deste ano, em comparação ao mesmo período de 2022. No entanto, foram registradas 209 mortes no último mês, o que indica uma melhora em relação ao ano anterior, que contabilizou 297 assassinatos durante o mês de julho. Isso representa uma queda de aproximadamente 30% na taxa de assassinatos.
Para Daniel Hirata, sociólogo e coordenador do Grupo de Estudo dos Novos Ilegalismos (Geni) da Universidade Federal Fluminense (UFF), o aumento tem relação com a disputa armada de território no Estado. "Esse aumento é esperado, pois desde a morte de Ecko, tanto na Zona Oeste quanto na Baixada Fluminense, são áreas onde esses homicídios estão concentrados. A volatilidade dessas disputas produz o aumento das mortes".
Já o indicador estratégico de letalidade violenta (homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte, morte por intervenção de agente do Estado e roubo seguido de morte) diminuiu 33% no mês de julho, registrando menor número de vítimas para o mês desde 1991. Foram 445 vítimas em julho de 2022, contra 299 em julho de 2023, ou menos 146 mortes.
"Evidentemente, não é possível considerar de forma mais criteriosa somente a comparação de um mês isolado, mas temos que pensar em uma série mais ampla. Assim, fica muito claro que esse aumento está relacionado às disputas territoriais. Desse ponto de vista, é importante que tenhamos medidas do governo que não intensifiquem os conflitos, não produzam mais mortes e que se dirijam prioritariamente para a resolução desse homicídio e proteção da população residente dessas áreas conflagradas", completou Hirata.
Os crimes contra o patrimônio também registraram queda. O roubo de cargas caiu pela metade no sétimo mês do ano, com um declínio de 52%, foi o menor número de casos para o mês desde 1999; o roubo de veículos apresentou menor número de casos para o mês desde 1991, com 844 roubos a menos; e os roubos de rua (roubo a transeunte, roubo de aparelho celular e roubo em coletivo) reduziram 24%, registrando o menor número para julho desde 2004.
Já o número de fuzis tirados das mãos dos criminosos subiu 53%. No total, foram 4.186 armas de fogo que saíram de circulação em sete meses. Além disso, por dia, as polícias prenderam 106 pessoas em flagrante e recuperaram cerca de 42 veículos roubados.
Outros dados
Em comparação com julho de 2022, os registros de roubo de carga apresentaram uma redução significativa de 52%. Durante esse período, foram contabilizados 131 casos, marcando o menor índice para o mês desde 1999. No que diz respeito ao roubo de veículos, também houve uma queda considerável de 42%, totalizando 1.170 casos no último mês.
Além disso, ao longo dos primeiros sete meses deste ano, foram realizadas um total de 22.559 prisões em flagrante. Em relação ao mesmo período do ano anterior, esse índice demonstrou um aumento de 13% no acumulado. Quanto à recuperação de veículos, registrou-se um aumento de 20% no acumulado.
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