Familiares, fãs e amigos comparecem ao velório de MC Marcinho no Cemitério da Penitência, neste sábadoPedro Ivo / Agência O Dia

Rio - Amigos, familiares e fãs deram o último adeus ao cantor MC Marcinho em velório no Crematório e Cemitério da Penitência, no bairro do Caju, na Zona Portuária do Rio, neste domingo (27). Considerado o  'Príncipe do Funk', o artista morreu aos 45 anos, neste sábado, em decorrência da falência múltipla de órgãos. A cerimônia de despedida do MC foi aberta ao público 10h às 13h, mas depois se tornou reservada aos familiares e amigos. O corpo do artista será cremado.  
Filho de Marcinho, Márcio Garcia, compareceu ao local para se despedir do pai e, em conversa com a imprensa, exaltou o funkeiro. "A pessoa mais guerreira que conheci na vida. Vir da onde que ele veio, viver a vida que ele viveu e mesmo assim sorrir. É uma inspiração para mim", afirmou. 
Márcio ainda disse que a relação entre os dois se estreitou quando começaram a trabalhar juntos."Vi a luta que era subir no palco. As vezes, às 14h ele estava no hospital, sem conseguir andar, tendo crise de ansiedade, mas às 22h30 ele estava em cima do palco fazendo show e, com sorriso no rosto, levando alegria para todo mundo. Não é uma perda só para mim". 
Marcelly Garcia relembrou a luta do cantor pela vida durante os últimos meses. "O meu pai lutou até onde podia, mas eu sei que descansou. E isso traz um alívio muito grande. Eu sei que ele está em um lugar melhor agora. Eu amo muito o meu pai".
Vários famosos também compareceram ao velório para se despedir do 'Príncipe do Funk'. MC Serginho e MC Cacau, que é ex-mulher do cantor, estavam muito emocionados. Delacruz, Babu Santana, Bob Rum, Tati Quebra Barraco, Rômulo Costa e Regina Casé também marcaram presença no local.  Na ocasião, Regina citou a importância do MC na cultura e na vida das pessoas.
"A gente perde um cara com a importância do Marcinho, tão novo. Isso mostra que ele podia ser e é muito maior. É um momento de refletir sobre isso: sobre o preconceito com o funk, contra a cultura produzida pelas pessoas como ele, pretas, de favela. E pensar a dimensão dele na vida de tantas pessoas, que às vezes tem uma vida difícil, com dificuldade, e o tanto de alegria e de felicidade que ele proporcionou a essas pessoas. E eu sou testemunha disso. Quando tocava uma música do Marcinho, em qualquer baile, o que aquilo trazia para aquelas pessoas, a força para continuar, viver. Quantos namoros começaram, terminaram e voltaram por causa dele", disse ela, emocionada. 
A apresentadora ainda recordou um momento com o cantor, que participou de todos os seus programas. "A gente fez um 'Central da Periferia' lá na Cidade de Deus. Ele tinha acabado de se recuperar do acidente de carro e era a primeira vez que ele estava se apresentando. Ontem eu vi um vídeo (desse dia). Ele chegando, eu empurrando ele na cadeira de rodas. A CDD inteira gritando, feliz de ver que ele estava bem. Ele ressuscitou várias vezes. A gente achava que ele tinha sete vidas e ia sair dessa também. Se eu tiver que escolher um momento, é esse. Se eu tiver que escolher uma música, sem dúvidas é 'Garota Nota 100', porque é minha música com a minha filha". 
Portador de cardiopatia e doença renal crônica, o cantor estava internado desde o dia 27 de junho e sofreu uma parada cardiorrespiratória em 11 de julho. O funkeiro foi diagnosticado com uma infecção generalizada e teve uma piora em seu quadro de saúde desde a última segunda-feira. O artista havia passado por uma cirurgia para implante de um coração artificial e aguardava pelo transplante do órgão real, mas foi retirado da fila por não ter condições de ser submetido ao procedimento. Neste sábado, a morte do dono do hit 'Glamourosa' foi confirmada Hospital Copa D'Or, em Copacabana, na Zona Sul do Rio.