Espuma desconhecida fecha estação do Rio Guandu, nesta Segunda-feira (28).Pedro Ivo

Rio - A Cedae interrompeu, na manhã desta segunda-feira (28), a operação na Estação de Tratamento de Água (ETA) do Guandu, em Nova Iguaçu, após uma densa espuma branca aparecer no manancial de captação da unidade. De acordo com a companhia, a medida foi tomada para garantir a segurança hídrica da população, pois a origem da substância ainda é desconhecida.
O Sistema Guandu é responsável por 80% do abastecimento de água potável da capital e Região Metropolitana. Por isso, técnicos da concessionária estão monitorando as condições do manancial até que a concentração da espuma não apresente mais risco. Assim que a situação for controlada, a operação da ETA pode levar até 72 horas para ser normalizada.
Em nota, a Cedae informou que uma equipe do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) está no Guandu para investigar a situação. Já as concessionárias Águas do Rio, Iguá e Rio+Saneamento, responsáveis pela distribuição de água nas regiões atendidas pelo sistema, também foram notificadas.
Morador de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Arthur Camargo, de 53 anos, reclamou da falta d'água em sua residência. "O bairro inteiro aqui de Pilar está sem água. Muito difícil. Estou coletando da chuva e comprando para beber", relatou o terapeuta. Quando questionado sobre a importância do Sistema Guandu para a população, Arthur não hesitou: "são cerca de 13 milhões de habitantes afetados".  
Segundo a Cedae, até o fim da manhã desta segunda-feira, os resultados das análises dos técnicos operacionais e das equipes do laboratório vão definir se o funcionamento poderá ser restabelecido ou não.
Ao Bom Dia Rio, da TV Globo, Daniel Okumura, diretor de Operações e Grande Saneamento da Cedae, explicou sobre o protocolo que a Cedae adota diante de problemas como este. "Caso apareça um componente estranho ao normal da captação, nosso procedimento é paralisar a estação e fazer uma análise desta água bruta. A espuma chamou nossa atenção. Agora, é importante que a população armazene água para garantir que não falte", disse o diretor.
Daniel desconfia que a espuma seja proveniente de um surfactante (detergente). "Diversos tipos de indústrias, até mesmo residências, lançam detergente na água, mas é difícil descobrir a origem", destacou.
De acordo com a Iguá, até que a operação seja totalmente restabelecida, o abastecimento de água, nas áreas atendidas pela empresa, pode ser influenciado por baixa pressão. Além disso, a concessionária informou que disponibilizou maior quantidade de caminhões pipa, especialmente para serviços emergenciais, como hospitais, clínicas e UPAs.
A Águas do Rio divulgou que o Sistema Guandu, sob gestão da Cedae, fornece a água tratada e a empresa de saneamento distribui no Centro e zonas Norte e Sul, além das cidades de São João de Meriti, Nilópolis, Belford Roxo, Duque de Caxias, Mesquita, Nova Iguaçu e Queimados.
Em decorrência da interrupção na ETA do Guandu, as empresas responsáveis pela distribuição estão orientando seus clientes comerciais e residenciais a fazer o uso consciente de água.
*Reportagem do estagiário Leonardo Marchetti, sob supervisão de Raphael Perucci