Rio - O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), juntamente com o Ministério da Cultura, lançou o edital de chamamento público para o mapeamento das Matrizes Tradicionais do Forró no estado do Rio de Janeiro.
Publicado no Diário Oficial, o edital ficará aberto por 30 dias para receber propostas de Organizações da Sociedade Civil (OSCs) interessadas em realizar pesquisas de campo na primeira etapa desse mapeamento. Essa etapa ocorrerá em 48 municípios distribuídos em quatro regiões do estado: Região Metropolitana, Baixadas Litorâneas, Costa Verde e Região Serrana. O Instituto disponibilizará R$ 200 mil para a proposta vencedora.
Para participar, as OSCs candidatas devem estar cadastradas na plataforma eletrônica Transferegov no momento da inscrição.
Essa ação atende a uma demanda dos forrozeiros do Rio de Janeiro, especialmente aqueles das cidades menores, que necessitam de mais visibilidade e reconhecimento pelo seu trabalho. De acordo com o edital, serão incluídos nesse mapeamento grupos de forró e seus integrantes, quadrilhas juninas, produtores culturais, DJs, escolas de dança, entre outros envolvidos nas Matrizes Tradicionais do Forró, reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil desde dezembro de 2021.
Essa iniciativa está inserida no contexto do Plano Nacional de Salvaguarda do Forró, que está sendo desenvolvido para fortalecer a mobilização social e aprofundar o entendimento desse patrimônio, considerando suas particularidades em cada estado do país.
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O mapeamento é um dos projetos-pilotos destinados a melhorar a nova plataforma digital do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC), que foi lançada pelo Iphan em julho deste ano. Atualmente, essa plataforma já inclui inventários do Frevo (PE) e do Modo de Fazer Arte Santeira (PI). O INRC digital tem como propósito identificar o patrimônio cultural do Brasil e transformar-se em um acervo de documentos, fotos, áudios e vídeos que abrangem as expressões culturais do país. Este recurso estará disponível para prefeituras, governos estaduais, organizações não governamentais e, principalmente, para as próprias comunidades detentoras das referências culturais, em várias regiões do Brasil.
"Através da implementação do novo INRC digital, incluindo o processo que estamos iniciando neste chamamento público, almejamos explorar as novas capacidades do Inventário. Desejamos que ele atenda à expectativa que os forrozeiros têm desde o início das pesquisas para o registro. Isso significa criar uma rede genuína de forrozeiros, começando pelo estado do Rio e expandindo progressivamente para todo o país. Essa rede proporcionará visibilidade a esse bem cultural de grande importância para a identidade nacional brasileira", diz Pedro Clerot, coordenador de identificação do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan.
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