Marielle Franco e seu motorista, Anderson, foram assassinados em março de 2018Câmara Municipal do Rio de Janeiro

Rio - Próximo de completar dois mil dias do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, a Anistia Internacional do Brasil prepara um ato simbólico para marcar o tempo sem respostas. O manifesto está marcado para o próximo sábado (2), às 16h30, na Praça Mauá, região portuária do Rio.
O grupo vai reivindicar rapidez, imparcialidade e transparência nas investigações, além de cobrar as motivações e os mandantes do duplo homicídio. Segundo a Anistia, também será pedido que o Governo Federal implemente, por meio de cooperação técnica internacional, um mecanismo internacional e independente de especialistas, para apoiar a elucidação do caso.
No dia do ato, a mensagem “2 mil dias Sem Justiça” será iluminada com Led na Praça Mauá, onde também serão colocados girassóis para simbolizar as sementes de Marielle e Anderson e as tradicionais velas da Anistia.
Junto a organização estarão presentes coletivos de mães e familiares de vítimas da violência de Estado e coletivos de defensores de direitos humanos. O evento será encerrado com apresentação musical do Slam das Minas RJ.
Relembre o caso
Marielle e Anderson foram assassinados na noite do dia 14 de março de 2018, no bairro do Estácio, Zona Norte da cidade. Na ocasião, a parlamentar do Psol e seu motorista voltavam de um evento na Lapa, quando foram surprendidos pelos tiros, disparados de dentro de um carro.
Ela tinha 38 anos e morreu com 4 tiros na cabeça, ele tinha 39 e foi baleado 3 vezes nas costas. Até o momento 4 pessoas foram presas acusadas de envolvimento na ação: O ex-bombeiro Maxwell Simões por atrapalhar as investigações, o PM reformado Ronnie Lessa , que teria efetuado os disparos, e o ex-PM Élcio de Queiroz, que confessou, em delação premiada, digirir o carro no momento do crime.
A última prisão ocorreu no ínicio do mês, quando a Polícia Federal deflagrou uma operação contra um esquema de serviço clandestino de TV por assinatura, comandado pelo Maxwell Simões, o Suel. Na ocasião sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos e Wellington de Oliveira Rodrigues, o Manguaça foi detido.
A diretora executiva da Anistia Internacional do Brasil Jurema Werneck cobra andamento nas investigações.
"Dois mil dias é muito tempo para esperarmos por uma resposta. É inadmissível que depois de tanto tempo e recursos investidos nesse processo, não tenham chegado a uma conclusão. Desde o dia do crime, a Anistia Internacional Brasil segue mobilizada para que se faça justiça por Marielle e Anderson. E, assim, seguiremos em luta e com coragem.”
Desde o ínicio das investigações seis delegados de polícia já estiveram a frente do caso, além de quatro secretários-chefes de polícia, um interventor, onze promotores de justiça, dois procuradores gerais de justiça, três governadores, dois presidentes da república, um superintende e delegado da Polícia Federal. Os mandante crime ainda não foram identificados.
*Estagiária Bruna Bittar, sob supervisão de Iuri Corsini