Publicado 01/08/2023 17:16
Rio - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou o policial militar Anselmo Dionísio das Neves, de 47 anos, pelo crime de fraude processual. O agente, preso em operação realizada na sexta-feira passada (28), é acusado de atrapalhar as investigações sobre a morte do ex-presidente da Portela, Marcos Vieira Souza, conhecido como Marcos Falcon.
Segundo o órgão, Anselmo, conhecido como Peixinho, teria levado um dos celulares da vítima no dia em que o assassinato aconteceu, em 2016, no comitê de campanha em Madureira, Zona Norte do Rio. Falcon era candidato a vereador pelo Partido Progressista (PP) na época.
O aparelho foi devolvido aos familiares do ex-presidente da Portela dias depois, mas não passou por perícia porque estava com danos irreparáveis.
A denúncia foi realizada pelo MPRJ na última sexta-feira (28), data em que Anselmo foi preso durante uma ação do Grupo de Atuação Especializada do órgão (Gaeco), com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio.
Questionado, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) disse que a denúncia ainda não foi analisada.
Conversão da prisão em flagrante para preventiva
Anselmo foi preso em flagrante por porte de munição de uso restrito, pois durante o cumprimento de busca e apreensão em sua residência foram encontradas quatro munições 38 SPL. Durante audiência de custódia realizada no sábado (29), a juíza Priscilla Macuco Ferreira decidiu por converter a prisão do PM em flagrante para preventiva em busca de garantir a ordem pública.
"Embora o delito em tela não tenha sido cometido com violência ou grave ameaça, entendo necessária a decretação da prisão preventiva do custodiado para a garantia da ordem pública, pela gravidade em concreto do delito, eis que necessário garantir tranquilidade ao meio social, já bastante abalado pela circulação clandestina de armas e munições que alimentam os altos índices de violência no Estado do Rio de Janeiro, o que reiteradamente é noticiado na imprensa local", escreveu.
A magistrada chamou a atenção para o fato de que Anselmo é um policial militar. Segundo ela, o homem tem conhecimento que deve possuir autorização para portar munições de uso restrito e que o flagrante registrado "denota a maior reprovabilidade da conduta" do agente.
Ferreira ainda negou pedidos da defesa de liberdade provisória e prisão domiciliar.
Morte de Falcon
O ex-presidente da Portela, Marcos Falcon, foi morto em setembro de 2016, na sede do comitê de campanha para vereador, na Rua Carlos Xavier, esquina com a Rua Maria José, em Madureira, na Zona Norte do Rio. No atentado, o então tesoureiro da escola, Felipe Guimarães, foi atingido por um tiro de raspão.
De acordo com as investigações, dois homens armados com fuzil entraram no comitê e outros dois, que estavam encapuzados, esperaram do lado de fora. Na época, o delegado da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), Rivaldo Barbosa, confirmou que Falcon havia sido vítima de uma execução.
De acordo com as investigações, dois homens armados com fuzil entraram no comitê e outros dois, que estavam encapuzados, esperaram do lado de fora. Na época, o delegado da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), Rivaldo Barbosa, confirmou que Falcon havia sido vítima de uma execução.
Nesta sexta-feira (28), a ex-namorada de Marcos, Michele de Mesquita Pereira, também foi alvo de um mandado de busca e apreensão. Na casa dela, foram apreendidos R$ 80 mil em espécie, sem comprovação de origem, e um celular. De acordo com a investigação do Gaeco, a mulher estava com Falcon no dia da sua morte. Ela trabalhava com ele no comitê.
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