Flamenguista lotaram o Hemorio neste domingoMarcos Porto/Agência O Dia

Rio - A campanha "Sangue, amor e paixão" atraiu centenas de flamenguistas para o Hemorio, no Centro. A ação da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e da Superintendência de Desportos do Estado (Suderj) distribuiu ingressos para o jogo da final da Copa do Brasil para os primeiros 100 doadores que fossem ao local neste domingo (17). A primeira partida entre Flamengo e São Paulo acontece hoje, às 16h, no estádio do Maracanã, na Zona Norte. 
Os ingressos colocados à venda tiveram preços variados entre R$ 400 e R$ 4,5 mil. A espera dos torcedores começou ainda no sábado (16) e, na madrugada deste domingo, antes mesmo do início do funcionamento do Hemorio, os voluntários já lotavam a entrada do local. O porteiro e estudante Ademir Batista, de 52 anos, contou que chegou na fila antes das 16h de ontem e conseguiu garantir sua entrada. Apaixonado pelo time, o flamenguista também ressaltou a importância em ajudar a salvar vidas. 
"Fui o 53º a doar e consegui o ingresso. Tinha um amigo meu lá desde sexta-feira e eu revezei com ele. Foi uma experiência sem igual, gostei muito, e melhor ainda porque ganhei o ingresso. Eu já sou doador, uni o útil ao agradável, garanti meu ingresso e ajudei a salvar vidas. Com certeza o Flamengo vai ganhar, comigo lá, vou dar sorte, sou pé quente", brincou. 
Morando no Brasil há 22 anos, o angolano Miguel Afonso, de 45 anos, também entrou na fila na tarde de sábado e foi um dos primeiros a fazer a doação neste domingo. Dono de uma banca na Uruguaiana, no Centro do Rio, ele conta que toda sua família é flamenguista, mas que não havia conseguido comprar os ingressos. Ele relatou que apesar de já ter doado sangue antes, esta foi a primeira vez que foi voluntário no Hemorio. 
"Eu fui porque sou flamenguista, como o ingresso está R$ 4 mil, eu fui doar. Eu vou estar lá (no Maracanã) e foi muito importante ter doado, boa a sensação de ter ajudado as pessoas. É tranquilo, eu sou doador. Às vezes eu doo na Clínica da Família onde tenho cadastro, então já estou acostumado, é bem tranquilo. Hoje foi um bônus. Sou flamenguista desde que vim morar aqui, é paixão, toda a família é flamenguista", comentou. 
Já o auxiliar de escritório Alexsander Silva, 49, doou sangue pela primeira vez na campanha, mas afirmou que se sentiu motivado a ser voluntário mais vezes. Na fila desde às 6h30 de ontem, ele foi o 41º a doar. "É a primeira vez (que doo sangue) e a sensação é maravilhosa, não podia ser melhor, é muito gratificante poder ajudar uma vida e maravilhoso assistir o meu time de coração também. Eu pretendo ser um doador, poder ajudar ao próximo não tem preço", disse ele, que aposta na vitória do Rubro-Negro carioca. "Flamengo 3 x 0 São Paulo. Eu costumo dá sorte para o meu mengão". 
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, a distribuição dos ingressos foi encerrada às 9h30, com a chegada do 100º doador, mas a campanha continua acontecendo. Agora, quem foi ao Hemorio e não conseguiu as entradas, poderá ser contemplado com uma das 200 camisas comemorativas da campanha. As peças serão distribuídas entre os voluntários nas posições 101 e 300 da fila. Após a coleta, ainda oferecido um lanche com sucos e leite achocolatado, além de biscoitos e sanduíches. 
Além dos flamenguistas, de acordo com a Marinha do Brasil, aproximadamente 200 fuzileiros navais de 11 organizações militares da corporação também doaram sangue no Hemorio na manhã de hoje. Os torcedores voluntários ainda foram contemplados com a apresetação da banda do corpo de fuzileiros navais e músicos expedicionários. 
Quem pode doar
Para doar sangue, é preciso ter entre 16 e 69 anos, pesar no mínimo 50 quilos, estar bem de saúde e portar um documento de identidade oficial com foto. Jovens com 16 e 17 anos só podem doar com autorização dos pais ou responsáveis legais, e levar um documento de identidade do responsável. Não é necessário estar em jejum, apenas evitar alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação e não ingerir bebidas alcoólicas 12 horas antes.
Tatuagem e piercing impedem a doação por seis meses. Os voluntários não podem ter tido hepatite após os 10 anos, nem estar expostos a doenças transmissíveis pelo sangue (sífilis, Aids, hepatite e doenças de Chagas). Mulheres grávidas ou amamentando não podem doar. No caso das pessoas com covid-19, é preciso esperar dez dias do desaparecimento dos sintomas.