Caso é investigado pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) Arquivo / Agência O Dia

Rio - A Polícia Civil investiga uma denúncia de racismo contra uma jovem dentro do Colégio Estadual Vila Bela, em Mesquita, na Baixada Fluminense. Julyene Vitória dos Santos, de 18 anos, disse que um funcionário fez comentários ofensivos sobre o seu cabelo.
Segundo a denúncia, o homem chegou perto dela no bebedouro, pegou nas tranças que ela usava à época e disse que queria ter um cabelo "duro" para poder fazer o mesmo. O caso aconteceu há dois meses, mas ainda causa transtornos à jovem.
Julyene contou para a mãe e ambas fizeram uma queixa contra o funcionário na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), no Centro do Rio. Nesta sexta-feira (29), a estudante fez uma postagem em uma rede social dizendo que vai lutar por Justiça.
"Eu sempre fui educada pra respeitar todas as religiões, todas as orientações sexuais e lutar pelos meus. Só que dessa vez eu não consegui lutar por mim, mas a minha rede de apoio lutou por mim. Minha mãe correu atrás. Minha mãe e eu estamos lutando por Justiça! Não vamos ficar calado que nós negros temos voz sim!", escreveu.
De acordo com a Polícia Civil, a Decradi está ouvindo testemunhas e a investigação segue sendo realizada para esclarecer o caso.
A Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) informou que o funcionário terceirizado foi afastado do contato com a aluna até que todos os fatos sejam devidamente apurados pelos órgãos competentes. O órgão contou que a escola está dando todo o suporte necessário à Julyene e sua família, além do caso ter sido incluído no banco de dados do Registro de Violência Escolar (RVE), ferramenta que mapeia casos de violência, racismo, discriminação e bullying.
A Seeduc ressalta que pratica uma educação antirracista, que está colaborando com todas as apurações, que repudia toda forma de agressão e não compactua com qualquer tipo de violência e discriminação.