Thuany Rocha Batalha, 35, e Stefany Santos de Barros, 23, morreram em confrontoReprodução
Publicado 01/09/2023 12:55
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Rio - Familiares de Stefany Santos de Barros, 23, relataram que a jovem morta em um confronto, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, foi baleada a cerca de 100 metros de distância de sua casa, quando um miliciano alvo dos disparos se escondeu atrás do veículo em que ela estava, junto com a amiga Thuany Rocha Batalha, 35, que também morreu, e o filho de 7 anos, que ficou ferido. A troca de tiros aconteceu na tarde de quinta-feira, na localidade conhecida como Alvorada, no sub-bairro João XXIII.
Segundo familiares que estiveram no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, nesta sexta-feira (1º), Stefany era gerente do bar do pai, onde trabalhava com Thuany. As amigas voltavam do futebol do menino e seguiam a caminho de uma profissional explicadora, quando o tiroteio começou. O alvo dos tiros era um miliciano conhecido como Rafinha, do grupo de Alan Ribeiro Soares, o Nanan, que estava em uma barbearia e se escondeu atrás do carro das vítimas, para fugir do bando de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho. Na ocasião, mãe, filho e amiga foram atingidos. 
De acordo com a Polícia Militar, Thuany morreu ainda no local, enquanto Stefany e B.L.S foram levados para o Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, pelo pai da jovem, mas ela não resistiu aos ferimentos. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o quadro da criança é considerado estável. A família relatou que o menino era muito apegado à mãe e já perguntou por ela algumas vezes, durante a internação. Não há previsão para que ele deixe a unidade. "A gente não sabe o que falar para ele, quando ele chegar em casa", desabafou um parente. 
Stefany morava com o pai e o avô, era próxima da família e gostava de festas e comemorações. As duas mulheres foram descritas como tranquilas e amigas inseparáveis e, além de trabalharem juntas, sempre frequentavam a casa uma da outra. Ainda não há informações sobre o horário e local do sepultamento das vítimas. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o caso e solicitou imagens de câmeras de segurança da região. "Familiares das vítimas e testemunhas estão sendo ouvidos e diligências estão em andamento para apurar a autoria e a motivação do crime", disse a Polícia Civil.
Nesta sexta-feira, o 27º BPM (Santa Cruz) realiza uma operação para para prender milicianos e desarticular grupos envolvidos na disputa de territórios na região. A ação acontece nas comunidades do Aço, Antares, Cesarão, Cesarinho, Gouveia, Jesuítas, Manguariba, Rodo, Sete de Abril e Três Pontes. Até o momento, não há registro de prisões ou apreensões. O policiamento também segue reforçado na localidade da Alvorada, no bairro João XXIII, onde o crime aconteceu. 
Desde a morte de Wellington da Silva Braga, o Ecko, em 12 de junho de 2021, Santa Cruz tem vivido uma rotina de violência com a disputa entre milicianos rivais. Alan Ribeiro Soares, o Nanan, apontado como um dos homens de confiança do paramilitar, passou a disputar o território depois que o irmão do então chefe, Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, assumiu a liderança do grupo criminoso. Nanan teria conseguido tomar locais antes controlados por Zinho, o que intensificou a guerra na região.
 
 
 
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