Familiares de Thuany Rocha Batalha, 35, e Stefany Santos de Barros, 23, estiveram no IML Afrânio Peixoto nesta sexta-feiraCleber Mendes/Agência O Dia
Um dia após mortes de mulheres em Santa Cruz, PM realiza ação contra a milícia
Confronto entre grupos rivais deixou Thuany Rocha Batalha, 35, Stefany Santos de Barros, 23, mortas, e B.L.S, 7 ferido
Rio - Um dia após a morte de duas mulheres durante um confronto em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, nesta quinta-feira (31), a Polícia Militar realiza uma operação para prender milicianos e desarticular grupos envolvidos na disputa de territórios na região. Equipes do 27º BPM (Santa Cruz) atuam nas comunidades do Aço, Antares, Cesarão, Cesarinho, Gouveia, Jesuítas, Manguariba, Rodo, Sete de Abril e Três Pontes. O tiroteio de ontem na localidade da Alvorada, no bairro João XXIII, que tem o policiamento reforçado nesta sexta-feira (1º), e também deixou uma criança de 7 anos ferida.
Até o momento, não há relatos de novas trocas de tiros na região onde as vítimas foram baleadas e, de acordo com a PM, ainda não há registro prisões ou apreensões nas comunidades. Apesar do clima de tensão, a Secretaria Municipal de Educação (SME) informou que as unidades escolares de Santa Cruz atendem normalmente nesta sexta-feira, bem como as unidades de saúde, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. As duas mulheres e o menino estavam dentro de um veículo quando foram atingidos pelos tiros. Na manhã de hoje, familiares estiveram no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro do Rio, para liberar os corpos de Thuany Rocha Batalha, de 35 anos, e Stefany Santos de Barros, 23.
Mãe e filho, Stefany e B.L.S, foram encaminhados para o Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, mas a primeira não resistiu aos ferimentos. De acordo com a SMS, o quadro da criança é considerado estável, nesta sexta-feira. Segundo a PM, Thuany morreu ainda no local do confronto. Ainda não há informações sobre os sepultamentos das vítimas. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o caso e solicitou imagens de câmeras de segurança da região. "Familiares das vítimas e testemunhas estão sendo ouvidos e diligências estão em andamento para apurar a autoria e a motivação do crime", disse a Polícia Civil.
Segundo testemunhas, um miliciano ligado ao grupo de Alan Ribeiro Soares, o Nanan, estava em uma barbearia, quando criminosos do grupo paramilitar de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, apareceram em um veículo e atiraram contra ele, provocando o tiroteio. Apesar do clima de tensão, a Secretaria Municipal de Educação (SME) informou que as unidades escolares atendem normalmente nesta sexta-feira, bem como as unidades de saúde, de acordo com a SMS.
Desde a morte de Wellington da Silva Braga, o Ecko, em 12 de junho de 2021, Santa Cruz tem vivido uma rotina de violência com a disputa entre milicianos rivais. Alan Ribeiro Soares, o Nanan, apontado como um dos homens de confiança do paramilitar, passou a disputar o território depois que o irmão do então chefe, Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, assumiu a liderança do grupo criminoso. Nanan teria conseguido tomar locais antes controlados por Zinho, o que intensificou a guerra na região.
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