Publicado 12/09/2023 21:13 | Atualizado 12/09/2023 21:21
Rio - "Meu filho era minha base. Ele era tudo para mim. Tudo que queremos é respostas". Essas são frases de Ana Maria Costa, mãe de Matheus Costa da Silva, de 21 anos, encontrado morto em agosto do ano passado no Rio Capenga, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, após ser sequestrado com outros três amigos no mesmo município. Dois deles ainda não foram encontrados.
Ao DIA, Ana disse, nesta terça-feira (12), que a Polícia Civil até agora não deu detalhes da investigação e nem respostas sobre os autores desse crime. Segundo ela, o sentimento é de revolta devido a crueldade da forma com o filho morreu.
"A única coisa que eu sei foi que eu fiquei sem meu filho. O que eu sei é que até agora não se sabe nenhuma notícia dos outros dois meninos, que até agora não falaram mais nada. Eu estou revoltada por ter perdido meu filho dessa forma. Foi uma crueldade muito grande. Meu filho era minha base. Era tudo pra mim. Ele era meu único filho homem. Ninguém fala mais nesse caso. Eu sofro até hoje sem meu filho. Tudo que queremos é respostas", disse.
O corpo de Matheus foi encontrado no dia 22 de agosto de 2022. Ele foi reconhecido por familiares no Instituto Médico Legal (IML) de Nova Iguaçu por uma tatuagem em homenagem ao avô. Segundo a família, houve indícios de que Matheus teve o corpo furado após ser morto, para que afundasse no Rio Capenga, o que também pode ter acontecido com os outros desaparecidos. Matheus foi sepultado dois dias depois no Cemitério de Olinda, em Nilópolis, na Baixada Fluminense.
Além do jovem, o corpo de Adriel Andrade Bastos, de 24 anos, também foi encontrado no mesmo rio no dia 24 de agosto do ano passado. Os corpos de Douglas de Paula Pamplona, de 22 anos, e Jhonatan Alef Gomes, de 28, não foram recuperados.
O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Uma das linhas de investigação indica que o uso e venda de drogas nos locais dominados pela milícia de Danilo Dias Lima, o Tandera, pode ter sido a causa da emboscada contra os amigos.
Os milicianos Delson de Lima Neto, conhecido como Delsinho - que é irmão de Tandera -, e Renato Alves de Santana, o Fofo, chegaram a serem apontados como os executores das vítimas. Ambos foram mortos em confronto com policiais da Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) no mesmo mês dos desaparecimentos.
Questionada sobre novidades da investigação, a Polícia Civil ainda não respondeu. O espaço está aberto para manifestação.
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