Publicado 13/09/2023 23:20 | Atualizado 14/09/2023 13:14
Rio - O mototaxista Diego Felipe Oliveira dos Santos, de 35 anos, foi solto na noite desta quarta-feira (13) e se emocionou durante o reencontro com sua família. Parentes e amigos estiveram na frente do presídio Tiago Teles de Castro Domingues, em São Gonçalo, Região Metropolitana, para presenciar a saída de Diego, que segue em liberdade provisória. A família do mototaxista tenta provar sua inocência desde o dia que ele foi detido em uma blitz da Polícia Militar, no dia 26 de julho, na Avenida Brás de Pina, na Penha Circular.
Nas imagens do encontro, parentes e amigos abraçaram o mototaxista em meio a muitas lágrimas de alegria. Os filhos de Diego também foram ao local para reencontrar o pai e correram para conseguir um abraço. Todos usavam camisas com a foto do motociclista com os dizeres: 'Mototáxi não é bandido. Justiça para o Diego Felipe'.
Em sua decisão, a juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza, da 23ª Vara Criminal da Comarca da Capital, entendeu que "não mais subsistem os motivos ensejadores da prisão preventiva do réu" e substituiu a prisão por medidas cautelares. Dessa forma, Diego passa a ser obrigado a comparecer a cada dois meses em juízo para informar e justificar suas atividades, bem como a estar presente em todos os atos do processo.
No dia da prisão, o mototaxista foi abordado em uma blitz do 16º BPM (Olaria) quando transportava um passageiro de 17 anos para o Complexo da Penha, também na Zona Norte. Na mochila do menor os policiais militares encontraram um fuzil, drogas, munições e roupa camuflada. Diego foi preso em flagrante e o jovem, apreendido e liberado em seguida. Depois de ser encaminhado para o sistema prisional, Diego passou por audiência de custódia e sua prisão foi convertida em preventiva.
Segundo os parentes, Diego não foi autorizado a ligar para a família e a sua mulher, Tatiane Coelho, só descobriu seu paradeiro após percorrer diversas delegacias do Rio. Quando o encontraram, dois dias depois, ele já havia sido transferido para o presídio em São Gonçalo. À época, a família recebeu apoio da Comissão Especial de Combate ao Racismo (Cecor) da Câmara do Rio e pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Assembleia Legislativa (Alerj).
De acordo com a família, o homem é pai e não tem envolvimento com o crime organizado. Ele é mensageiro do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, no Fundão, há 15 anos, levando exames e conduzindo pacientes para a realização deles, além de ser mototaxista há dez e trabalhar há três como motorista de aplicativo. "Sempre trabalhou para sustentar os três filhos. Nunca foi envolvido com coisa errada. Não é porque ele é mototaxista que vai ser tratado como bandido", disse uma prima à época da prisão.
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