Diego Felipe Oliveira dos Santos, 35, deve deixar presídio em São Gonçalo nesta quinta-feiraDivulgação

Rio - A Justiça do Rio decretou, nesta quarta-feira (13), a soltura de Diego Felipe Oliveira dos Santos, de 35 anos, preso na Zona Norte. A família do mototaxista tentava provar sua inocência desde o dia que ele foi detido em uma blitz da Polícia Militar, no dia 26 de julho, na Avenida Brás de Pina, na Penha Circular, transportando um adolescente com armas e drogas. A expectativa é de que ele deixe o presídio Tiago Teles de Castro Domingues, em São Gonçalo, na Região Metropolitana, nesta quinta-feira (14). 
Em sua decisão, a juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza, da 23ª Vara Criminal da Comarca da Capital, entendeu que "não mais subsistem os motivos ensejadores da prisão preventiva do réu" e substituiu a prisão por medidas cautelares. Dessa forma, Diego passa a ser obrigado a comparecer a cada dois meses em juízo para informar e justificar suas atividades, bem como a estar presente em todos os atos do processo. 
No dia da prisão, o mototaxista foi abordado em uma blitz do 16º BPM (Olaria) quando transportava um passageiro de 17 anos para o Complexo da Penha, também na Zona Norte. Na mochila do menor os policiais militares encontraram um fuzil, drogas, munições e roupa camuflada. Diego foi preso em flagrante e o jovem, apreendido e liberado em seguida. Depois de ser encaminhado para o sistema prisional, Diego passou por audiência de custódia e sua prisão foi convertida em preventiva. 
Segundo os parentes, Diego não foi autorizado a ligar para a família e a sua mulher, Tatiane Coelho, só descobriu seu paradeiro após percorrer diversas delegacias do Rio. Quando o encontraram, dois dias depois, ele já havia sido transferido para o presídio em São Gonçalo. À época, a família recebeu apoio da Comissão Especial de Combate ao Racismo (Cecor) da Câmara do Rio e pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Assembleia Legislativa (Alerj).
De acordo com a família, o homem é pai e não tem envolvimento com o crime organizado. Ele é mensageiro do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, no Fundão, há 15 anos, levando exames e conduzindo pacientes para a realização deles, além de ser mototaxista há dez e trabalhar há três como motorista de aplicativo. "Sempre trabalhou para sustentar os três filhos. Nunca foi envolvido com coisa errada. Não é porque ele é mototaxista que vai ser tratado como bandido", disse uma prima à época da prisão.