Enterro de Douglas Braga, de 15 anos, aconteceu no Cemitério de JaperiFred Vidal / agência o dia
Publicado 19/09/2023 19:20
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Rio - "Meu filho era cheio de vida. A família toda está sofrendo. É uma perda muito grande". Esse é o desabafo do motorista Isaías Braga, de 50 anos, pai do adolescente Douglas Souza Braga, de 15 anos, enterrado no fim da tarde desta terça-feira (19) no Cemitério de Japeri, na Baixada Fluminense. O menino morreu depois de ficar quase dois meses internado após ficar tetraplégico durante um treinamento de jiu-jitsu.
Cerca de 100 pessoas, incluindo familiares e amigos, estiveram presentes na cerimônia vestindo roupas pretas. Segundo o pai de Douglas, o filho estava se preparando para ir para um colégio militar, além de ter outros sonhos, quando a fatalidade aconteceu.
"Meu filho era cheio de vida. Tinha apenas 15 anos. Cheio de planos para lutar e viver. Estava se preparando para ir para o colégio militar. Todo mundo está nesse sofrimento. A família está sofrendo. É uma perda muito grande. Todo mundo gostava dele. Era um garoto exemplar", contou emocionado.
Isaías contou que passou a tarde desta segunda-feira (18) com o filho, dia de sua morte. De acordo com ele, o jovem começou a sentir dor e pediu que sua fisioterapeuta fosse chamada, mas ela não estava no Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI), onde ele estava internado, naquele momento. O motorista destacou que chamou outros médicos, mas eles demoraram a realizar atendimento porque estavam com outros pacientes.
"Meu filho sofreu muito. Ficou um mês e 22 dias lá. Ele estava com várias complicações. Meu filho falava direitinho, mas ele começou a ter infecções. Até falei com a médica 'a barriga dele está inchada'. Acontece que é muito paciente, pouco técnico e pouco médico. Ele sofreu muito", completou.
Suzane Santos, mãe de Douglas, disse que vai cobrar a Polícia Civil o andamento das investigações para ter Justiça. Ela alega que um menino mais velho e com maior porte físico deu um golpe brusco no adolescente em um treinamento no Centro de Treinamento (CT) Renan Teodoro, em Japeri, na Baixada Fluminense, no dia 26 de julho, o que gerou a lesão que o deixou tetraplégico. O treino teria sido realizado sem supervisão de um professor.
"Meu filho era muito bom. Um menino que nunca me deu trabalho. É isso que eu tenho que falar do meu filho. Esse rapaz matou o meu filho. Esse golpe dele. Eu vou cobrar a investigação por Justiça. Eu quero saber qual foi a causa da morte do meu filho. O que essa lesão causou mesmo", disse.
O caso está sendo investigado pela 63ª DP (Japeri). A Polícia Civil informou, nesta terça-feira (19), que os agentes ouvirão novamente o professor de jiu-jitsu de Douglas e que analisarão os laudos periciais sobre a morte do menino.
Morte após parada cardiorrespiratória
Douglas morreu nesta segunda-feira (18) após sofrer uma parada cardiorrespiratória no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do HGNI. Segundo a Prefeitura de Nova Iguaçu, o jovem estava em estado grave, com complicações clínicas e neurológicas. As equipes médicas fizeram manobras de reanimação, mas ele não resistiu.
Procurada sobre o assunto, o CT Renan Teodoro disse que recebeu a notícia do falecimento do aluno com "profundo pesar e tristeza". Em nota, a academia destacou que o ocorrido com o jovem foi uma fatalidade, tendo em vista que todos os treinos são supervisionados e feitos seguindo todas as regras de segurança.
Quanto ao aluno que treinava com o adolescente, o CT afirmou que ele se encontra suspenso em respeito aos pais e para preservação da integridade dele e todos ao seu redor. "Nesse momento nos solidarizamos com a família e respeitamos a sua dor", finalizou a nota.
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