Governador do Rio, Cláudio Castro, e Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança PúblicaArquivo/ Cleber Mendes/Agência O Dia
Publicado 24/10/2023 18:58
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Rio - O governador do Rio, Cláudio Castro, se reuniu com o secretário executivo do Ministério da Justiça Ricardo Cappeli, na tarde desta terça-feira (24), para discutir estratégias sobre a segurança pública do estado. O encontro acontece 24 horas depois da cidade do Rio sofrer um dos maiores ataques promovidos por milicianos em represália pela morte do miliciano Matheus da Silva Rezende, o 'Faustão', em operação da Polícia Civil na comunidade Três Pontes, em Santa Cruz.
Durante o encontro, Castro mostrou interesse em fazer uma 'asfixia financeira' no crime organizado para que chefes do tráfico de drogas não consigam abastecer o seu poder bélico. O governador também anunciou, nesta terça-feira (24), a criação de um grupo de trabalho conjunto com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para investigar a lavagem de dinheiro das máfias que atuam no território fluminense.
A junção com a Força Nacional também vai mapear como o dinheiro do tráfico sai do estado e é lavado. Para isso, atividades de comércios também passarão a serem investigados. "Hoje, tratamos a integração entre as polícias Federal e Civil na questão da lavagem de dinheiro, que é outro ponto importantíssimo para que a gente possa asfixiar financeiramente essas máfias. Semana que vem esse grupo de trabalho já deve estar instituído e começando a funcionar dando continuidade a um trabalho que já vinha sendo desenvolvido. Queremos dar um resultado perene, que funcione, que asfixie essas máfias e permita dar uma vida melhor para nosso povo", explicou Castro.

Segundo o governador, o GT terá a participação de representantes de instituições de segurança e controle financeiro, como a Fazenda Estadual, Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e a Secretaria Nacional de Segurança Pública, entre outros.
Castro descarta intervenção federal

Sobre a necessidade da intervenção federal, o governador afirmou não ver necessidade e que o momento sugere integração. "Nós estamos avançando no processo de integração. Os agentes da Força Nacional já estão aqui nas rodovias federais. Eu pedi ao presidente da República, e também já pedi agenda ao ministro da Defesa, José Múcio, para termos o reforço da Marinha atuando na Baía de Guanabara e nos portos do Estado, além do reforço da Aeronáutica nos aeroportos, que é por onde entram drogas e armas. O próprio crime de lavagem de dinheiro é um crime federal. É muito importante que a Receita Federal e a Polícia Federal estejam nos auxiliando neste tipo de combate", afirmou Castro.
Cappeli fala sobre possíveis mudanças sobre uso da Força Nacional
Antes do encontro, pela manhã, Ricardo Cappeli esteve presente em uma mesa na 17ª edição do Encontro Nacional de Repressão às Drogas, Armas, Crimes contra o Patrimônio e Facções Criminosas (Siren), e classificou como "gravíssimo" os recentes ataques a ônibus ocorridos no Rio nesta segunda-feira (23).

Porém, o secretário também afirmou ser cedo para pensar em mudanças relacionadas à presença da Força Nacional no estado do Rio, que tem apenas uma semana. "A gente está completando uma semana do início do reforço no Rio de Janeiro. Então é cedo para rever um planejamento que ainda está em curso. Vamos fazer a primeira reunião de monitoramento”, declarou ele. No entanto, o secretário não descartou uma futura mudança no uso de forças federais, caso o problema venha a piorar.
Cappeli ainda afirmou, durante entrevista, que não há nenhum tipo de previsão de intervenção na segurança pública e declarou que o policiamento é de responsabilidade do estado.
Governador vai à Brasília
Na quarta-feira (25), o governador do RJ vai à Brasília encontrar o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco(PSD-MG) para discutir a possibilidade de penas mais severas paraeste crime. "Ou a gente endurece a legislação como outros locais no mundo fizeram ou a gente vai ter essa m istura de México com Colômbia, que 'tá' virando o Brasil na área da segurança pública", disse Castro em coletiva no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) do estado.
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