Coletiva de imprensa com o promotor do Gaeco Fábio Corrêa e o superintendente regional da PF no Rio, Leandro Almada da Costa. Cléber/Agência O DIA
Publicado 01/11/2023 15:21
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Rio - As lideranças da milícia de Rio das Pedras, na Zona Oeste, possuem grande poder aquisitivo e agem de forma violenta, aterrorizando a população e cobrando taxas abusivas. As informações foram repassadas nesta quarta-feira (1º) em coletiva de imprensa na sede da Polícia Federal após dois dias de operação que resultou na prisão de 10 suspeitos, dentre eles os milicianos Taillon de Alcântara Pereira Barbosa e seu pai Dalmir Barbosa.
Na coletiva estiveram presentes o promotor do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), Fábio Corrêa, e o superintendente regional da PF no Rio de Janeiro, Leandro Almada da Costa.

Durante a operação foram apreendidos nove veículos de luxo, sendo cinco deles blindados; três pistolas e um revólver; e R$ 31 mil em espécie. Além disso, também foi efetuado o sequestro de três embarcações e um imóvel de luxo avaliado em R$ 2 milhões no município de Angra dos Reis, na Costa Verde. Dois policiais militares da ativa e um sargento da reserva do Exército, que faziam a segurança dos dois, foram presos. Além de mais cinco milicianos, dentre eles mais uma liderança que não teve o nome divulgado.

"A milícia exerce papel de aterrorizar, dominar e coagir a população que ali habita naquela região, com práticas de extrema violência, onde eles exercem papel de arrecadar grande volume de recurso financeiro. O alto poder aquisitivo das lideranças é fruto do ilegalismo, como monopólio da venda de água, de gás e substituindo concessionária de serviços públicos. É uma organização que exerce essa prática interestadual e faz transações de armamento bélico pesado. São lideranças que estavam em liberdade que exercem um papel muito importante no grupo", explicou o promotor Fábio Corrêa.
De acordo com o superintendente regional da PF, as investigações demonstraram que Taillon, mesmo após ter liberdade concedida após progressão da pena, permanecia atuante como líder da milícia da região.

"A região territorial deles é o Rio das Pedras. É uma investigação nova, Tailon permaneceu naquela organização criminosa, ele foi solto por progressão do regime, onde ele continua exercendo a atividade criminosa e por conta disso a investigação da PF teve prosseguimento", disse.

Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, além de chefe da milícia, é apontado como o alvo de criminosos no ataque que terminou na morte de três médicos na Barra da Tijuca, Zona Oeste. Ele estava em liberdade condicional desde o dia 2 de agosto.

Ainda segundo o superintendente, as investigações ainda estão em andamento e vão prosseguir para combater as lideranças e enfraquecer o grupo, que possuem patrimônios luxuosos e de alto padrão.

O valor estimado adquirido do grupo é considerado pelas autoridades como exorbitante e ainda deve ser contabilizado. Algumas informações, como os nomes dos demais presos, ainda estão sob sigilo.
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