Operação tem como alvos milicianos de Rio das Pedras, na Zona OesreDivulgação

Rio - A Polícia Federal em conjunto com o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), continua nesta quarta-feira (1º) a Operação Embryo para desarticular a milícia atuante na comunidade de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio. Na ação, o terceiro homem apontado como líder do grupo paramilitar foi preso. Na terça (31), outras lideranças da organização, como o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa e o seu pai Dalmir Barbosa também foram presos.
Ainda nesta quarta (1º), a operação, que também contou com apoio agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência(CSI/MPRJ), tinha como objetivo o cumprimento de 13 mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada do TJRJ, em diversos endereços da capital fluminense e nos municípios de Saquarema, na Região dos Lagos, e Angra dos Reis, na região Costa Verde. Dos alvos, além do terceiro líder da milícia, mais quatro presos.
Durante a operação foram apreendidos nove veículos de luxo, sendo cinco deles blindados; três pistolas e um revólver; e R$ 31 mil em espécie. Além disso, também foi efetuado o sequestro de três embarcações e um imóvel de luxo avaliado em R$ 2 milhões, no município de Angra dos Reis.
Além do pai e filho, três homens que faziam a segurança dos dois foram presos em flagrante na Barra da Tijuca, Zona Oeste, sendo dois policiais militares da ativa e um militar da reserva do exército.
Após o caso, o governador Cláudio Castro determinou ao secretário de Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Marinho Pires, que os policiais sejam investigados e, caso sejam comprovados os crimes, responsabilizados com total rigor, incluindo a possível expulsão da corporação.
"O caso deve servir como exemplo para outros policiais que se envolvam com o crime organizado. A 2° Delegacia de Polícia Judiciária Militar (2° DPJM), ligada à Corregedoria da Corporação, seguirá acompanhando as investigações do caso. O Governo do Estado do Rio de Janeiro, incluindo a Secretaria de Polícia Militar, não compactua com quaisquer desvios de conduta ou crimes cometidos por policiais, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos", disse em nota.
Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, além de chefe da milícia, é apontado como o alvo de criminosos no ataque que terminou na morte de três médicos na Barra da Tijuca, Zona Oeste.
De acordo com a PF, a investigação teve início em dezembro de 2021, após a prisão em flagrante de um homem responsável pela contabilidade e gerência da milícia no interior da comunidade de Rio das Pedras. Ao todo, 17 integrantes do grupo criminoso já foram denunciados pelo Ministério Público. Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, porte ilegal de arma de fogo, lavagem de dinheiro, além de eventuais outros crimes que possam surgir após a deflagração da operação.

O nome da operação Embryo, em inglês, significa Embrião e faz referência a primeira milícia estruturada e com atuação em uma comunidade do Rio de Janeiro.
O trabalho foi desenvolvido pelo Grupo de Investigações Sensíveis da PF (GISE/RJ) e pela Delegacia de Repressão a Drogas (DRE/PF/RJ) em conjunto com o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ).
Quem são Tailon e Dalmir
Pai e filho são apontados como os principais chefes da milícia em Rio das Pedras, Zona Oeste. Taillon cumpria pena em regime semiaberto desde março deste ano, após ser preso em dezembro de 2020.
De acordo com o processo que consta contra ele no Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), a organização criminosa de Taillon e Dalmir seria responsável pela exploração do transporte alternativo de vans e mototáxi, dos serviços básicos como água, gás e TV a cabo, cobrança extorsiva de "taxas de segurança" a comerciantes e moradores, invasão e grilagem de terras, construção imobiliária clandestina, além de agressões, ameaças e homicídios na região.