Roberto Szaniecki foi vice-campeão do Carnaval com a Grande RioHenrique Matos / Divulgação

Rio - Foi enterrado na tarde desta quarta-feira (1º), em Cabo Frio, na Região dos Lagos, o corpo do carnavalesco Roberto Szaniecki. A despedida ao artista, de 62 anos, que faleceu na terça-feira (31), em decorrência de complicações de uma insuficiência renal grave, aconteceu no Cemitério Santa Isabel, no Centro do município.
O carnavalesco estava internado no Hospital Municipal São José Operário, também em Cabo Frio. Nas redes sociais, a viúva do artista, Wilma Garcia, fez questão de exaltar o trabalho da equipe que o acompanhou nas últimas semanas.
"Agradeço imensamente as manifestações de carinho com o Roberto e com nossa família. Como disse, meu amor se livrou de toda a dor. Foram momentos difíceis, durante esse mês de outubro (...) Gostaria de agradecer a toda a equipe do hospital, que nos tratou com carinho, respeito e dedicação", escreveu Wilma.
Nascido na Polônia, Roberto Szaniecki começou na folia como assistente ainda na década de 1980. No Rio, a partir nos anos 90, foi carnavalesco de escolas como Unidos da Ponte, União da Ilha, Salgueiro, Estácio, Grande Rio (onde foi vice-campeão duas vezes), Mangueira, Portela, Porto da Pedra e outras. Em São Paulo, defendeu Gaviões da Fiel, Tom Maior, Império de Casa Verde e Nenê de Vila Matilde.
Afastado da Sapucaí há dez anos, o artista vinha enfrentando diversos problemas de saúde nos últimos anos. Em 2020, sua mulher chegou a promover uma "vaquinha" virtual para poder custear o tratamento do marido contra uma doença crônica. Com a pandemia e a piora no quadro de anemia, Wilma precisou fazer novos apelos por ajuda.
Nas redes sociais, o carnavalesco da Porto da Pedra, Mauro Quintaes, homenageou o amigo. "Grande perda. Roberto Szaniecki foi meu primeiro patrão no Carnaval. Tive o prazer de ter sido assistente de pintura de arte deste gênio. Todo meu carinho à família. Triste, muito triste", escreveu.
"Vai embora um dos maiores talentos do Carnaval. Pioneiro na introdução dos desenhos pelo computador na folia momesca. Vai com Deus, o céu agora pode ser pintado da cor que você quiser. Seu talento te credencia", lamentou Amarildo de Mello, ex-carnavalesco da Beija-Flor e da Portela.
Muito amiga do artista, Márcia Lage, ex-carnavalesca da Mocidade, do Salgueiro, do Império Serrano e da Portela, também se manifestou: "Quero ter para sempre em minhas lembranças os bons momentos que compartilhamos com ele na Cidade do Samba com muitas cervejas, até o raiar do dia. Lembranças solares e alegres."

Diversas agremiações do Rio e de São Paulo emitiram notas de pesar, lamentando o falecimento do "Polonês", como era carinhosamente conhecido o carnavalesco.