Rio - Apesar da comemoração do Dia de Finados ser uma tradição que esteja esmorecendo, já que as novas gerações não criaram o hábito de homenagear seus mortos, a cadeira da floricultura brasileira ainda acredita que, este ano, a data siga representando 3% do PIB anual do setor (previsto para cerca de R$ 20,2 bilhões em 2023), e represente aproximadamente algo em torno de R$ 606 milhões, considerando desde a produção até a comercialização final.
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O otimismo vem da procura antecipada por produtos mais tradicionais nesta época, como os vasos de crisântemos (que representa até 50% das vendas em Finados), kalanchoes, antúrios e sunpatiens, entre outros. Além disso, o consumidor também considera, quando da escolha das flores, a beleza, a durabilidade e a resistência ao calor, atributos dessas espécies, quando plantadas em vaso, e facilidade de manutenção.
Segundo o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), a data, no entanto, vem perdendo a importância ano a ano porque as novas gerações não herdaram a cultura de homenagear os seus mortos. Em 2022, por exemplo, as vendas para o dia de Finados ficaram muito abaixo do esperado. Segundo William José de Wit, presidente do Ibraflor, além do enfraquecimento da data, no ano passado o setor enfrentou o pior novembro dos últimos tempos por fatores como a paralisação dos caminhoneiros e bloqueios nas estradas logo após as eleições.
O DIA foi à Rua das Flores, na Tijuca, Zona Norte do Rio, nesta quarta-feira (1º), observar a movimentação nas floriculturas. Segundo o vendedor de um dos estabelecimentos, em dois anos trabalhando no local ele não percebeu aumento no movimento financeiro. "A gente percebe que o movimento é normal. Os clientes aparecem aqui para comprar flores como presentes de aniversários ou datas pessoais importantes, mas para o dia de Finados não percebemos mais esse aumento", disse o funcionário.
As datas comemorativas sempre tem um peso significativo nas vendas de flores e plantas ornamentais. Juntas podem representar ate 57% do faturamento anual do setor: Dia das Mães (18%), Natal (12%), Dia dos Namorados (9%), Dia Internacional da Mulher (8%), Ano Novo (5%), Finados (3%) e Páscoa (2%).
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