Bebê conforto utilizado por criminosa para sequestrar recém-nascidoRenan Areias / Agência O Dia
Pai de recém-nascido encontrado se emociona ao falar do filho: 'criança muito desejada'
Ravi Cunha nasceu de parto normal, na terça-feira (31), e foi sequestrado horas depois na Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda, Centro do Rio
Rio - "Uma criança muito desejada", é assim que o pai do recém-nascido Ravi Cunha, Matheus Cunha Maranhã, de 27 anos, descreve o filho. O menino foi devolvido à família na manhã desta quarta-feira (1º), após ser sequestrado por Cauane Malaquias Costa, de 19 anos, na madrugada do mesmo dia, na Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda, Centro do Rio.
Ravi é fruto do casamento de oito anos entre Matheus e Nívea Maria, de 27 anos. O primeiro filho do casal nasceu com 37 semanas e de parto normal na maternidade que é referência no estado do Rio para este tipo de procedimento. "Nosso primeiro filho, bênção de Deus nas nossas vidas, uma criança muito desejada. Daqui para frente só quero ficar com ele, 24 horas, agarradinhos", disse o pai de Ravi chorando. A criança foi localizada por policiais militares da UPP do Borel, por volta das 8h desta quarta-feira (1º), e retornou à maternidade para realizar exames.
Segundo a direção da unidade, a criança está em condições normais de saúde e deve receber alta na quinta-feira (2), junto com sua mãe. "Minha esposa não está em condição de falar, mas ela é a verdadeira protagonista. Ela merece muito ter o nosso filho de volta", disse ainda emocionado. Matheus lembrou ainda dos momentos de angústia sem resposta sobre o paradeiro do bebê. "Foi um pânico muito grande, mas eu tinha certeza dentro de mim que ele ia voltar para a gente. Eu falava dentro daquele hospital: "espera, ele vai voltar". No momento que falei isso meu celular tocou e era minha mãe falando que tinham encontrado ele".
O pai de Ravi disse que perdoa Cauane pelo que ela fez, mas espera que a justiça seja feita. "Eu nunca a vi, mas eu já a perdoei. A fé que eu exerço me obriga a perdoar. A justiça do homem também será feita".
Avó pede por mais segurança na maternidade
A avó do menino, Patrícia Maranhão, disse que o crime aconteceu durante um cochilo de 15 minutos dela e da nora. Patrícia pediu por mais segurança na maternidade. "Vamos buscar justiça. É um trauma para uma vida inteira, principalmente para minha nora e meu filho. Esperamos que os governantes tomem providências para ter mais segurança. A maternidade deveria ser um lugar seguro, já que a gestante está impossibilitada", disse.
Nesta quarta-feira (1º), após a criança ser localizada, o secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, disse que a pasta apura, em conjunto com a Polícia Civil, como Cauane tinha tantas informações de algumas pacientes, entre elas uma suposta conhecida da criminosa, chamada Raiane.
Ainda segundo o secretário, a segurança na Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda será revista nos próximos dias. Para ele, a situação envolvendo o sequestro de um recém-nascido na unidade é um caso preocupante.
O crime é investigado pela 4ª DP (Praça da República). Cauane pode responder por subtração de incapaz e ser condenada em até seis anos de prisão.
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