Cauane foi encontrada em sua casa, no Morro do Borel, na Tijuca, com o recém-nascido raptadoRenan Areias
De acordo com relato da tia da suspeita, que não quis ser identificada, Cauane tinha um caso extraconjugal com um homem, que é casado há 10 anos, e não queria terminar a relação, que já durava cinco anos. Com isso, inventou que estava grávida para que o relacionamento continuasse.
Meses após inventar a mentira, a jovem apareceu com o bebê em casa, alegando ser filho do homem casado. Familiares também relataram que Cauane tem problemas psicológicos e já teria histórico de furtar objetos.
No hospital, momentos antes do sequestro, a jovem alegou para uma enfermeira e para outras pacientes ser acompanhante de uma gestante. De acordo com o delegado Mário Jorge, responsável pelas investigações, Cauane teria dito que acompanhava uma mulher em um quarto que, na verdade, estava vazio.
"Ela teria dito para alguns pacientes que estaria acompanhando a paciente do 307, só que o quarto estava vazio, não tinha ninguém. Imediatamente a suspeita recaiu sobre essa pessoa".
O delegado responsável pelas investigações não confirmou a informação de que a mulher teria entrado pela varanda da maternidade. Ainda de acordo com o ele, Cauane teria tido uma filha na mesma maternidade no ano de 2018. Na ocasião do sequestro, a jovem conseguiu entrar no hospital pela primeira vez para visitar uma colega.
Depois disso, Cauane voltou para casa e esperou anoitecer. "Por volta das 19h, retornou ao hospital com três bolsas de bebê, inclusive com uma bolsa cegonha, e por volta de 1h30, quando a mãe [do bebê] estava dormindo, ela aproveitou o cochilo, pegou a criança e levou para a residência dela", contou o delegado.
Mário Jorge ainda confirmou a versão da família de que Cauane teria inventado a gravidez por conta do namorado. A jovem ainda teria tirado fotos de diversas partes do hospital, para afirmar a família que estava internada para ter o bebê que supostamente esperava.
Momento em que a suspeita é presa e recém-nascido é recuperado na comunidade do Borel.#ODia #Suspeita #Presa
— Jornal O Dia (@jornalodia) November 1, 2023
Crédito: Reprodução pic.twitter.com/NeXZZog5Y4
O Major Andrade, superintendente de comunicação social estratégica da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), falou sobre a prisão da mulher.
"Após ampla divulgação do fato ocorrido na maternidade Maria Amélia pela corporação, policiais foram informados, através de denúncia anônima, que uma criança estaria sob posse da acusada e que não seria filho dessa pessoa. Os agentes foram até o local e, ao chegarem lá, constataram a existência de uma criança. Após questionada sobre o fato, a mesma continuou negando a autoria. Os policiais, diante do conhecimento da denúncia que já existia, fizeram a condução da suspeita e do bebê", disse.
Ainda segundo o major, Cauane estava grávida e teria perdido um bebê recentemente. Além disso, há indícios de que a mesma foi na maternidade somente com a intenção de sequestrar um bebê.
Recém-nascido é resgato e levado novamente para maternidade após horas do sequestro.#ODia #RecémNascido #Resgatado
— Jornal O Dia (@jornalodia) November 1, 2023
Crédito: Reprodução pic.twitter.com/nt5WDYoQfY
Segundo relatos de amigos de Cauane nas redes sociais, a jovem contava mentiras sobre a gravidez na comunidade onde morava para que todos acreditassem na existência do bebê. Em uma das ocasiões, chegou a dizer que a criança estaria "escondida na costela" para justificar a ausência da barriga.
Além disso, também foi relatado que a mulher chegou na comunidade dizendo ter recebido alta após o suposto parto com rapidez por conta de roubos de bebês na maternidade.
O crime
O bebê, de nome Ravi, foi sequestrado na Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda, no Centro do Rio, na madrugada desta quarta-feira (1°), enquanto sua mãe, Nívea Maria, de 27 anos, e a avó, dormiam na enfermaria da unidade, localizada no terceiro andar.
Segundo a corporação, os agentes foram informados do paradeiro da mulher e do bebê durante patrulhamento na comunidade do Borel. Após buscas, os dois foram encontrados. Cauane foi presa e Ravi levado para a maternidade.
De acordo com o avô da criança, Davi Figueira, foi a avó quem notou a ausência de Ravi no quarto após acordar do cochilo.
"A Nívea tinha acabado de amamentar o Ravi e colocou ele no cestinho. Esse cestinho fica entre o leito e a cama do acompanhante. Então a minha esposa e a minha filha estavam do lado. A minha esposa entrou em cochilo profundo, passaram-se vinte minutos e quando ela acordou, o Ravi já não estava mais no cestinho. Minha esposa falou que estava todo mundo dormindo. Ninguém viu nada", disse o avô da criança.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.