Publicado 04/11/2023 16:42
Rio - Um ônibus foi incendiado, na manhã deste sábado (4), na BR-465, a antiga Rio-São Paulo, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O coletivo foi atacado na altura do KM 19, na região conhecida como Praça do KM 34. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Corpo de Bombeiros foram acionados para o local e, até o momento, não há registro de feridos ou presos e o trânsito está fluindo normalmente.
Em vídeos que circulam nas redes sociais, é possível ver o coletivo em chamas e uma coluna de fumaça escura. Nas imagens, um homem que seria o motorista diz que o veículo foi alvo de criminosos. "'Tacaram' fogo no meu carro agora, carro 67", diz. Confira abaixo. De acordo com relatos, o ataque teria sido ordenado pelo miliciano Tauã de Oliveira Francisco, conhecido como Tubarão, em represália à morte de Allan Ribeiro Soares, na noite desta sexta-feira (3). Ambos são rivais de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, líder da maior milícia da Zona Oeste.
Conhecido como Nanan ou Malvadão, o miliciano foi morto a tiros, no Complexo João XXIII, em Santa Cruz, na Zona Oeste e é considerado o principal rival de Zinho. O ataque também deixou outro homem, ainda não identificado, sem vida. Os corpos dos dois foram encontrados com marcas dos disparos na Rua João Vinte e Três, junto com uma pistola e quatro carregadores municiados, depois que o 27º BPM (Santa Cruz) foi alertado sobre uma troca de tiros na região.
Segundo relatos, o miliciano foi surpreendido pelo "Bonde do Zinho" enquanto estava em um salão de festas e, durante o confronto, seus seguranças teriam fugido. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Nanan era um dos homens de confiança de Wellington da Silva Braga, o Ecko, irmão de Zinho, que em 2021 assumiu o comando do grupo, após a a morte do criminoso. Desde então, os dois vêm brgigando pelo controle de territórios da Zona Oeste contra o rival em comum, Danilo Dias Lima, o Tandera. Relatos apontam que o primeiro assumiu algumas áreas sozinho, gerando atrito com o antigo aliado.
Morte do sucessor de Zinho provocou onda de ataques
No dia 23 de outubro, criminosos promoveram uma onda de ataques na Zona Oeste, depois que o miliciano Matheus da Silva Rezende, conhecido como Faustão ou Teteu, foi morto por policiais civis em uma operação na comunidade Três Pontes, em Santa Cruz. Ele era sobrinho e sucessor de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho. Os criminosos incendiaram 35 ônibus, sendo 20 da operação municipal, cinco BRTs e outros 10 de turismo e fretamento, se tornando o maior número de coletivos queimados da história da cidade do Rio. O motorista de um dos coletivos chegou a sofrer queimaduras.
Os milicianos ainda atearam fogo em um trem na altura da estação Tancredo Neves, em Paciência, em outros veículos e atacaram estações do BRT. A PM chegou a deter 12 pessoas e o sargento do Batalhão de Choque (BPChq), Bruno Bento do Nascimento, dono da arma encontrada com Faustão. Além disso, a Polícia Civil investiga o criminoso Rui Paulo Gonçalves Estevão, o 'Pipito', de 33 anos, apontado como o sucessor de Teteu e responsável por coordenar os ataques. A instituição ainda pretende descobrir se, além da represália pela morte do criminoso, as ações do grupo foram uma estratégia para para despistar a segurança pública e Zinho conseguir fugir da favela.
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