Publicado 05/12/2023 08:11
Rio - A defesa da ex-porta-bandeira da Portela, Vilma Nascimento, que denunciou ter sofrido racismo na loja Dufry no Aeroporto de Brasília, no último dia 21, informou que o caso segue em apuração nas esferas criminal e cível. Mesmo após demissão dos funcionários envolvidos no caso e um pedido de desculpas enviado à baluarte e a sua filha, Daniele Nascimento, os advogados reforçam que essas atitudes não são suficientes para a reparação de todos os danos causados às vítimas.
No âmbito criminal, a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual, ou contra a Pessoa Idosa ou com deficiência (DECRIN), está à frente da coleta de provas e instrução do inquérito policial.
No âmbito cível, os advogados Beethoven Andrade e Hector L. C. Vieira acompanham as consequências extrapatrimoniais e patrimoniais, "bem como têm tomado todas as providências necessárias para atender ao melhor interesse de Danielle e Vilma Nascimento".
A Defesa reafirmou que a empresa realizou um contato sinalizando um pedido de desculpas para Vilma e Danielle Nascimento. Entretanto, ambas as vítimas deixaram claro aos representantes da loja que as desculpas só seriam viáveis e aceitas se encaminhadas conjuntamente com outras providências a serem tomadas pela empresa, em sinal assertivo de compromisso com a mudança do racismo institucional do qual ambas foram vitimadas brutalmente.
Ainda em nota, a defesa informa que para preservar ambas e as suas famílias, não haverá outras manifestações públicas sobre o fato, exceto por intermédio de seus advogados.
"Entretanto, encorajamos fortemente Danielle e Vilma Nascimento a compartilharem as suas experiências gerais enquanto mulheres negras, especialmente em razão de todo acolhimento e carinho que ambas vêm recebendo desde os fatos ocorridos. Por fim, prestamos o mais profundo respeito por suas histórias e exaltamos as suas importâncias, nacionalmente, para a classe artística, do samba, a comunidade negra brasileira e para todos e todas que compartilham as suas lutas, em sinal de resistência de suas escrevivências", diz o comunicado.
No âmbito criminal, a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual, ou contra a Pessoa Idosa ou com deficiência (DECRIN), está à frente da coleta de provas e instrução do inquérito policial.
No âmbito cível, os advogados Beethoven Andrade e Hector L. C. Vieira acompanham as consequências extrapatrimoniais e patrimoniais, "bem como têm tomado todas as providências necessárias para atender ao melhor interesse de Danielle e Vilma Nascimento".
A Defesa reafirmou que a empresa realizou um contato sinalizando um pedido de desculpas para Vilma e Danielle Nascimento. Entretanto, ambas as vítimas deixaram claro aos representantes da loja que as desculpas só seriam viáveis e aceitas se encaminhadas conjuntamente com outras providências a serem tomadas pela empresa, em sinal assertivo de compromisso com a mudança do racismo institucional do qual ambas foram vitimadas brutalmente.
Ainda em nota, a defesa informa que para preservar ambas e as suas famílias, não haverá outras manifestações públicas sobre o fato, exceto por intermédio de seus advogados.
"Entretanto, encorajamos fortemente Danielle e Vilma Nascimento a compartilharem as suas experiências gerais enquanto mulheres negras, especialmente em razão de todo acolhimento e carinho que ambas vêm recebendo desde os fatos ocorridos. Por fim, prestamos o mais profundo respeito por suas histórias e exaltamos as suas importâncias, nacionalmente, para a classe artística, do samba, a comunidade negra brasileira e para todos e todas que compartilham as suas lutas, em sinal de resistência de suas escrevivências", diz o comunicado.
Relembre o caso
No último dia 21, enquanto voltava de uma homenagem na Câmara dos Deputados pelo Dia da Consciência Negra, Vilma teria sido impedida por funcionários de sair da loja Duty Free, no Aeroporto de Brasília, por supostamente "portar um objeto que não havia sido pago", como relatou a filha da porta-bandeira, Danielle Nascimento, nas redes sociais.
Bacharel em Direito, ela afirmou que estava comprando chocolates para sua família enquanto Vilma circulava pelo espaço. Ao final, após pagar os produtos, a filha chamou a ex-porta-bandeira para ir embora. Segundo ela, nesse momento, duas funcionárias a abordaram dizendo que ambas "estavam em posse de produtos que não haviam sido pagos". Danielle se defendeu dizendo que havia pago pelos itens que estava carregando e que, inclusive, dispunha da nota fiscal que comprovava o pagamento.
Em seguida, por orientação da filha, a ex-porta-bandeira permitiu a revista nos seus pertences, que foi gravada. Após nada ser encontrado, Danielle disse que chamaria a polícia para denunciar o caso, e relatou desprezo por parte das funcionárias.
Em seguida, por orientação da filha, a ex-porta-bandeira permitiu a revista nos seus pertences, que foi gravada. Após nada ser encontrado, Danielle disse que chamaria a polícia para denunciar o caso, e relatou desprezo por parte das funcionárias.
O que diz a Dufry
A Dufry Brasil, uma empresa do Grupo Avolta, informou no último sábado (2) que concluiu a averiguação interna para apurar o lamentável incidente ocorrido na loja do aeroporto de Brasília. Em consequência, os colaboradores envolvidos no episódio não fazem mais parte dos quadros da empresa por quebra dos protocolos.
"Com o objetivo de dirimir qualquer dúvida, confirmamos que não houve furto na loja relacionada a este evento. A empresa intensificou seus treinamentos internos para que o caso sirva de exemplo do que contraria suas políticas e valores. A Dufry repudia veementemente qualquer tipo de discriminação por raça, gênero, orientação sexual, religião, idade ou deficiência", disse.
A diretoria da Dufry informou ainda que esteve com Vilma Nascimento e sua filha Danielle para se desculpar pessoalmente pelo constrangimento a que foram submetidas na loja da empresa.
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