Publicado 03/02/2024 16:57
Rio - A mesa diretora da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) exonerou, nesta sexta-feira (2), a assessora parlamentar Ariane Afonso Lima, que trabalhava no gabinete da deputada estadual Lucinha (PSD). A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial do governo do Rio. Ariane e a deputada foram alvos da Operação Batismo, que investiga a relação das duas com o miliciano Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, a fim de beneficiar a milícia chefiada por ele.
As investigações apontam a participação ativa da dupla especialmente na articulação política junto aos órgãos públicos visando atender os interesses do grupo miliciano, investigado por organização criminosa, tráfico de armas de fogo e munições, homicídios, além de extorsão e corrupção. Ainda segundo o apurado, a parlamentar é chamada de 'madrinha' por líderes da milícia.
Segundo as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio, Lucinha e sua assessora tiveram, pelo menos, 15 encontros com integrantes da milícia de Zinho. A parlamentar está suspensa da Casa pela Justiça desde dezembro, quando a Justiça do Rio determinou o afastamento imediato da deputada das funções legislativas, proibição de manter contatos com determinados agentes públicos e políticos, bem como proibição de frequentar a casa legislativa.
Processo contra Lucinha já tem relator definido
Nesta sexta-feira (2), o deputado estadual Rodrigo Amorim (PTB) foi escolhido, durante reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Alerj, como relator do caso da deputada Lucinha. Agora, a partir da escolha, Lucinha receberá uma notificação para apresentar sua defesa em um período de 48h, válido somente para dias úteis. Com a chegada do final de semana, a defesa pode ser entregue até terça-feira (6).
Depois que esse prazo terminar, a Comissão irá se reunir mais uma vez para analisar o que foi apresentado pela deputada e para que Amorim possa fazer o seu relatório, elaborando um projeto de resolução. Após a conclusão do projeto, a medida irá para votação no plenário e os parlamentares irão decidir se acatarão ou não a determinação da Justiça para afastar Lucinha do cargo.
Zinho, o miliciano mais procurado do Rio, está preso
Considerado o criminoso mais procurado do Rio de Janeiro, o miliciano Zinho foi preso na véspera de Natal do ano passado, em uma operação conjunta da Secretaria de estado de Segurança e da Superintendência da Polícia Federal do estado. Foragido desde 2018, Zinho comandou as recentes ações criminosas que pararam a Zona Oeste.
A prisão de Zinho foi negociada entre os advogados do miliciano e a Polícia Federal e a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro. O miliciano tem, pelo menos, 12 mandados de prisão expedidos pela Justiça. Zinho se apresentou na Superintendência Regional da PF no Rio de Janeiro.
A prisão do miliciano aconteceu dias após a divulgação da ligação dele com a deputada estadual Lucinha (PSD), que foi alvo de oito mandados de busca e apreensão dias antes. Toda a aproximação entre a parlamentar com o grupo criminoso investigada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) pode ter motivado a entrega do miliciano.
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