Após se entregar a Polícia Federal, Zinho foi levado para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste Reginaldo Pimenta
Prisão de Zinho acontece após divulgação da ligação entre seu grupo criminoso com deputada
O miliciano Luis Antônio da Silva Braga, considerado o criminoso mais procurado do Rio de Janeiro, se entregou neste domingo (24); descoberta da relação com a deputada Lucinha pode ter motivado entrega
Rio - A prisão do miliciano Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, na noite deste domingo (24), véspera de Natal, aconteceu dias após a divulgação da ligação dele com a deputada estadual Lucinha (PSD), que foi alvo de oito mandados de busca e apreensão na última segunda-feira (18). Toda a aproximação entre a parlamentar com o grupo criminoso investigada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) pode ter motivado a entrega do miliciano.
Considerado o criminoso mais procurado do Rio de Janeiro, Zinho, foi preso após uma negociação entre seus advogados, a Secretaria de Estado de Segurança e da Superintendência da Polícia Federal do Rio. Foragido desde 2018, o miliciano comandou as recentes ações criminosas que pararam a Zona Oeste. Ele tinha, pelo menos, 12 mandados de prisão expedidos pela Justiça.
Na última terça-feira (19), Zinho e sua quadrilha foram alvos da segunda fase da Operação Dinastia. Cinco pessoas, apontadas como integrantes da milícia do criminoso, foram presas em bairros da Zona Oeste. São eles: Alessandro Calderaro, Delson Xavier de Oliveira, Jaaziel de Paula Ferreira, Renato de Paula da Silva e William Pereira de Souza. Quatro armas foram apreendidas.
Esta segunda fase da investigação foi um desdobramento da operação deflagrada em 25 de agosto do ano passado, que também resultou na realização da Operação Batismo, que teve como principal alvo a deputada estadual Lucinha (PSD), na última segunda-feira (18). As investigações apontam uma participação ativa da parlamentar e de sua assessora na organização criminosa, especialmente na articulação política junto aos órgãos públicos visando atender os interesses do grupo miliciano, investigado por organização criminosa, tráfico de armas de fogo e munições, homicídios, além de extorsão e corrupção. Ainda segundo o apurado, a parlamentar é chamada de 'Madrinha' por líderes da milícia.
Segundo as investigações, Lucinha se encontrou 15 vezes com Domício Barbosa de Souza, vulgo Dom, um dos homens de confiança de Zinho, ao longo do ano de 2021. Ainda de acordo com os investigadores, em um dos encontros o chefe da milícia também esteve presente. A ligação próxima entre a deputada e os milicianos foi descoberta após a apreensão do celular do criminoso Rodrigo dos Santos, o Latrell, em 2022. Prints de mensagens supostamente trocadas entre a parlamentar e Dom apontam que Lucinha tinha uma relação próxima com eles. As mensagens também mostram que a assessora da deputada estadual, Ariane de Afonso Lima, também se envolveu no esquema.
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