Chefe da maior milícia do Rio, Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, foi preso. divulgação
'Percebeu que a melhor alternativa para preservar a vida dele era se entregar', diz Cappelli sobre Zinho
Secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública destacou que o miliciano Luis Antônio da Silva Braga não se entregou por bom grado
Rio - O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, disse, na tarde desta segunda-feira (25), que o miliciano Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, preso neste domingo (24), não se entregou porque quis e sim por causa do risco de vida. "Ele percebeu que a melhor alternativa para preservar a vida dele era se entregar à Polícia Federal", afirmou o secretário do Ministério da Justiça ao programa 'Estúdio i', da Globonews.
De acordo com Capelli, nenhuma milícia consegue se estabelecer e dominar territórios como o grupo de Zinho fez sem conexões poderosas. O secretário garantiu que sua prisão não é o fim das investigações e ainda disse que espera que o criminoso colabore com as forças de seguranças.
“Nenhuma milícia consegue se estabelecer e dominar um território de cerca de da cidade do Rio de Janeiro, dominar pelo terror, ameaçando a vida, destruindo a economia, afrontando o estado democrático de direito, nenhuma organização criminosa se estabelece desse jeito sem conexões poderosas. Então, a prisão do Zinho não é o fim. Ela é parte de um processo que está em curso. A prisão dele é parte de um processo. Ele tem muito a dizer porque sem conexões poderosas dificilmente ele se estabeleceria como se estabeleceu. Uma coisa que chama atenção é que ele estava foragido desde 2018, mas não estava foragido no exterior. Ele estava foragido na cidade do Rio. Com certeza, ele tem muito a falar e a gente espera que ele colabore", destacou.
A ideia é continuar monitorando a milícia e todo seu mecanismo de financiamento. Zinho foi preso neste domingo (24) após se entregar na Superintendência Regional da Polícia Federal no Rio, no centro da capital, após uma negociação entre os advogados do miliciano, policiais federais e a Secretaria de Estado de Segurança Pública.
Foragido desde 2018, o miliciano comandou as recentes ações criminosas que pararam a Zona Oeste. Ele tinha, pelo menos, 12 mandados de prisão expedidos pela Justiça. Após sua prisão, Zinho foi conduzido ao Instituto Médico Legal (IML) para exames de corpo de delito e seguiu para o Presídio José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio, até ser transferido para a Penitenciária Láercio da Costa Peregrino, conhecida como Bangu 1, no Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste.
A entrega de Zinho pode ter relação com a descoberta da Polícia Federal e do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) sobre a suposta ligação entre seu grupo criminoso com a deputada estadual Lucinha (PSD). As investigações apontam uma participação ativa da parlamentar e de sua assessora na organização criminosa, especialmente na articulação política junto aos órgãos públicos visando atender os interesses do grupo miliciano, investigado por organização criminosa, tráfico de armas de fogo e munições, homicídios, além de extorsão e corrupção. Ainda segundo o apurado, a parlamentar é chamada de 'Madrinha' por líderes da milícia.
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