PF e MPRJ investigam milícia no Rio de Janeiro em segunda fase da operação Dinastia Reginaldo Pimenta/ Agência O Dia

Rio - A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) realizaram, nesta terça-feira (19), a segunda fase da Operação Dinastia, que teve como objetivo prender Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho, chefe da maior milícia do estado do Rio, e outros 11 integrantes de seu 'bando'. Cinco pessoas foram presas em bairros da Zona Oeste. São eles: Alessandro Calderaro, Delson Xavier de Oliveira, Jaaziel de Paula Ferreira, Renato de Paula da Silva e William Pereira de Souza. Quatro armas foram apreendidas.
O policial militar reformado João Antônio Lázaro também foi alvo de busca e apreensão na sua casa no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. No local foram apreendidos documentos e armas. Durante toda a operação também foram apreendidos documentos, armas de fogo e diversos celulares. Os agentes foram às ruas para cumprir 12 mandados de prisão preventiva e 17 mandados de busca e apreensão contra integrantes da milícia que atua em territórios da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ).
Esta segunda fase da investigação é um desdobramento da operação deflagrada em 25 de agosto do ano passado, que também resultou na realização da operação Batismo, que teve como principal alvo a deputada estadual Lucinha (PSD), na última segunda-feira (18).
Segundo a PF, a ação desta terça-feira (19) visou desmantelar o núcleo financeiro da organização criminosa, identificando toda a estrutura de imposição de "taxas" ilegais a grandes empresas e pequenos comerciantes locais, bem como as contas correntes beneficiárias que recebem as cobranças. Ainda de acordo com a PF e MPRJ, durante as investigações foi possível identificar e individualizar cada integrante que compõe o 'bonde do Zinho'.
O trabalho foi desenvolvido pelo Grupo de Investigações Sensíveis da PF (GISE/RJ) e pela Delegacia de Repressão a Drogas (DRE/PF/RJ) em conjunto com o Ministério Público do Rio de Janeiro, por meio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado - (Gaeco).

Os presos, os bens apreendidos e demais documentos de interesse para a investigação estão sendo encaminhados à Superintendência Regional da Polícia Federal no Rio de Janeiro.
Ao todo, foram cinco pessoas presas, quatro armas de fogo apreendidas, sendo um fuzil e três pistolas, além de um simulacro de arma. Os policiais também apreenderam R$ 3 mil em espécie, celulares, computadores, mídias e documentos diversos. 
Quem é Zinho
Antes de se tornar líder da milícia que domina a área da Zona Oeste do Rio, Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, integrou a organização ao ficar encarregado da contabilidade e contagem de dinheiro. Em 2021, após a morte de seu irmão, Wellington da Silva Braga, o Ecko, Zinho assumiu o posto de chefe do grupo.
Wellington foi um dos responsáveis por expandir os domínios da organização fundada por outro irmão, Carlos Alexandre Braga, o Carlinhos Três Pontes, que morreu em 2017. Ambos faleceram após confrontos com policiais.

Ao assumir a liderança do grupo, Zinho acabou rompendo com algumas alianças antigas. Um deles é Danilo Dias Lima, o Tandera, considerado seu principal rival atualmente. No passado, Zinho controlava boa parte da Zona Oeste do Rio e Tandera, áreas da Baixada Fluminense. Com o rompimento da aliança, os dois passaram a travar uma guerra sangrenta por territórios.