Francisco Oliveira, de 38 anos, estava há 10 anos na Polícia FederalReprodução

Rio - O policial federal Francisco Elionezio Braga Oliveira, de 38 anos, que morreu após ser baleado por um policial militar em uma confusão na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, foi enterrado, na tarde desta terça-feira (19), no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, na Zona Portuária da cidade. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e uma das hipóteses é que o agente tenha resistido à abordagem.
Francisco morreu na noite de domingo (17) em um quiosque na Avenida do Pepê. O PF estaria ameaçando pessoas com uma arma, o que levou ao acionamento de equipes da Polícia Militar. Segundo a PM, policiais do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) foram até o local após solicitação sobre um homem armado em um quiosque, ameaçando pessoas. No local, de acordo com os policiais que foram para a ocorrência, Francisco foi abordado e ameaçou um dos agentes com uma arma, o que gerou um revide por parte do PM.
O agente federal não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O laudo de necropsia indicou que o homem foi atingido por três disparos nas costas, causando lesões no abdômen e no tórax, que geraram uma hemorragia interna. A informação foi publicada pelo G1.
O caso inicialmente está sendo apurado como auto de resistência. Há a possibilidade da morte ter acontecido decorrente de intervenção policial, termo que significa quando há uma ocorrência de resistência seguida de morte, no qual o agente atua para cessar injusta agressão. 
De acordo com testemunhas, Francisco teria agredido o PM com dois tapas no rosto antes de ser baleado. Uma perícia da DHC constatou que a arma do policial federal estava com duas balas sobrepostas na saída do cano, o que caracteriza uma pane mecânica e indica tentativa de disparo.
Segundo a Polícia Civil, os PMs envolvidos na ocorrência já foram ouvidos e a arma do agente que realizou o disparo foi apreendida, assim como a de Francisco. As imagens de câmeras de segurança do quiosque e as dos coletes dos militares estão sendo analisadas.
Nesta terça-feira (19), a PM informou que os dois agentes envolvidos na ocorrência serão transferidos preventivamente do 31º BPM para o Programa Integrado de Capacitação Profissional (PICP) da corporação. Os militares também já prestaram depoimento na 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM). A Corregedoria da Corporação segue apurando todas as circunstâncias do fato, inclusive no que tange à utilização das câmeras corporais.
PF condecorado
Francisco foi condecorado com a Medalha da Defesa Civil, entregue pelo Governo do Distrito Federal, no começo deste mês, por salvar, em outubro, uma menina, de 7 anos que havia se engasgado em um restaurante em Brasília. O agente deixa três filhos, sendo um bebê de 1 mês, e a mulher.
Na época do salvamento, Francisco estava na capital do país para participar de um curso para formação de socorristas da corporação. No dia 15 de outubro, ele salvou a menina. Câmeras de segurança gravaram a criança em uma mesa ao lado dos pais quando ela começa a apresentar sinais de falta de ar. O casal tentou auxiliar a menina após perceberem que ela estava engasgada. A criança chegou a ficar desacordada. Próximo da mesa, Oliveira percebeu o que acontecia, se aproximou da mesa onde a família estava e realizou uma manobra para desobstruir as vias respiratórias da menina.
O agente estava na corporação há 10 anos e fazia parte, desde o final do ano passado, do Grupo de Pronta Intervenção da PF, unidade especializada em ações emergenciais como operações em comunidades, prisões de indivíduos considerados perigosos e ocupação de edificações. Ele começou na Superintendência da PF em Roraima, em 2013, e também já trabalhou na Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da corporação no Rio, onde ingressou em 2015 e ficou até dezembro de 2022.
Chiquinho, como era conhecido na corporação, tinha três filhos, sendo um de 6 anos, um de 5, e um recém-nascido de um mês. Ele era casado com a agente Maria Fernanda de Oliveira Fonseca, lotada na Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros (Delecor) da PF.