Francisco Oliveira, de 38 anos, estava há 10 anos na Polícia FederalReprodução

Rio - O policial federal Francisco Elionezio Braga Oliveira, de 38 anos, que morreu ao ser baleado por um PM após uma discussão na Barra da Tijuca, Zona Oeste, foi condecorado por salvar, em outubro, uma menina, de 7 anos que havia se engasgado em um restaurante em Brasília. O agente deixa três filhos, sendo um bebê de 1 mês, e a mulher.
Na época do salvamento, Francisco estava na capital do país para participar de um curso para formação de socorristas da corporação. No dia 15 de outubro, ele salvou a menina.
Câmeras de segurança do estabelecimento gravaram a criança em uma mesa ao lado dos pais quando ela começa a apresentar sinais de falta de ar. O casal tentou auxiliar a menina após perceberem que ela estava engasgada. A criança chegou a ficar desacordada. Próximo da mesa, Oliveira percebeu o que acontecia, se aproximou da mesa onde a família estava e realizou uma manobra para desobstruir as vias respiratórias da menina. 
No começo de dezembro, Francisco foi condecorado com a Medalha da Defesa Civil, entregue pelo Governo do Distrito Federal. A homenagem corresponde ao salvamento da criança.
O agente estava na corporação há 10 anos e atualmente fazia parte, desde o final do ano passado, do Grupo de Pronta Intervenção da PF, unidade especializada em ações emergenciais como operações em comunidades, prisões de indivíduos considerados perigosos e ocupação de edificações. Ele começou na Superintendência da PF em Roraima, em 2013, e também já trabalhou na Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da corporação no Rio, onde ingressou em 2015 e ficou até dezembro de 2022.
Chiquinho, como era conhecido na corporação, tinha três filhos, sendo um de 6 anos, um de 5, e um recém-nascido de um mês. Ele era casado com a agente Maria Fernanda de Oliveira Fonseca, lotada na Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros (Delecor) da PF.
"A SR/PF/RJ expressa suas condolências e solidariedade aos familiares e amigos enlutados neste momento de perda e extrema dor", disse a Superintendência Regional da PF no Rio em nota.
Não há informações sobre seu sepultamento.
Relembre a morte
Francisco morreu na noite de domingo (17) depois de ser baleado por um PM após uma discussão em um quiosque, na Barra da Tijuca. O agente estaria ameaçando pessoas com uma arma no local. Uma mulher, de 34 anos, também foi baleada.
Segundo a Polícia Militar, uma equipe do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) foi acionada para a Avenida do Pepê após solicitação sobre um homem armado em um quiosque, ameaçando pessoas. No local, de acordo com os policiais da ocorrência, Francisco foi abordado e ameaçou um dos agentes com uma arma, o que gerou um revide por parte do PM.
O agente foi baleado e não resistiu aos ferimentos. O Corpo de Bombeiros informou que os militares que atenderam a ocorrência registraram o óbito no local. As equipes ainda socorreram Thamires Duarte, de 34 anos, e a levaram para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a mulher, que foi atingida nas nádegas, já recebeu alta.
O local foi isolado para a perícia e a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) assumiu o caso. Ainda segundo a PM, a Corregedoria da corporação também foi acionada e as imagens das câmeras corporais da equipe foram recolhidas para análise.
A Polícia Civil informou que os PMs envolvidos na ação foram ouvidos e que a arma do agente que efetuou o disparo e a de Francisco foram apreendidas para perícia. Segundo a corporação, diligências estão em andamento para esclarecer todos os fatos.