Bruno Lima da Costa, de 34 anos, é concursado da Petrobras Reprodução/Redes sociais
Publicado 15/03/2024 16:07
Rio - O petroleiro Bruno Lima da Costa Soares, de 34 anos, baleado durante o sequestro de ônibus na Rodoviária do Rio, foi submetido a uma cirurgia, na quinta-feira (14) para a retirada de um projétil. De acordo com o Hospital Samaritano Botafogo, na Zona Sul, o paciente está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e seu estado de saúde permanece grave.
Bruno levou três tiros e sofreu perfurações no coração, pulmão e baço. Ainda na terça (12), dia do sequestro, o petroleiro passou por um procedimento delicado no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro. Ele foi operado por três equipes médias e precisou de pelo menos seis bolsas de sangue. Em seguida, foi encaminhado ao Instituto Nacional de Cardiologia (INC) para avaliar uma possível intervenção cardíaca, que teve a necessidade descartada pelos profissionais do INC. Por fim, ele foi transferido ao Hospital Samaritano.
Bruno estava no ônibus sequestrado por Paulo Sérgio de Lima, de 29 anos, que manteve 16 reféns dentro do veículo na Rodoviária Novo Rio. Ao ver a arma do bandido, o petroleiro tentou fugir do coletivo, mas o sequestrador teria confundido a vítima com um policial à paisana, disparando diversas vezes contra ele. Após três horas de negociação com policiais do Bope, o criminoso se entregou e os passageiros foram liberados.
Quem é a vítima?
Bruno foi aprovado em concurso da Petrobras em 2023 para o cargo de técnico de estabilidade em operação de lastro. Ele passava por um processo de treinamento e vivia entre o Rio de Janeiro e Juiz de Fora, em Minas Gerais, onde cursa Engenharia Elétrica, na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
O petroleiro, inclusive, estava em uma dessas voltas para a cidade mineira quando foi baleado durante o sequestro ao ônibus da Viação Sampaio.
Sequestrador estava em fuga
Antes do sequestro, o preso tinha duas passagens por roubo à mão armada. Ele também havia sido preso em 2019 e saído do sistema penitenciário em março de 2022. Segundo as investigações, Paulo Sérgio teria participado de um roubo a van e atirado contra traficantes da Rocinha, na Zona Sul, onde ele morava, no domingo (10). Os episódios resultaram na tentativa de fuga do homem para Juiz de Fora, em Minas Gerais, e, consequentemente, no sequestro ao coletivo.
No dia do incidente, imagens de uma câmera de segurança do guichê da Viação Sampaio, empresa responsável pelo ônibus sequestrado, registraram o momento em que o bandido comprou a passagem em dinheiro, faltando pouco mais de 40 minutos para o embarque.
O delegado Mário Jorge, titular da 4ª DP (Praça da República), responsável pelas investigações, detalhou a dinâmica. "Ao efetuar o pagamento da passagem, ele tirou um pacote de dinheiro e achou que chamou a atenção das pessoas que estavam no local que, na sua visão, eram policiais. Quando o ônibus estava saindo da rodoviária, houve uma falha mecânica. Então, o motorista pediu auxílio e saiu do coletivo. Neste momento, (o sequestrador) achou que 'policiais' iriam pegá-lo. No entanto, entraram passageiros e ele fez menção de entregar a arma, como se as pessoas fossem da polícia. Um deles se assustou, saiu correndo e foi baleado", disse.
Nesta quinta-feira (14), a Justiça do Rio manteve a prisão de Paulo Sérgio em audiência de custódia. O juiz Pedro Ivo Martins Caruso D'Ippolito converteu a prisão de flagrante para preventiva.
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