Delegado Rivaldo Barbosa foi preso na manhã deste domingo Fernando Frazão / Agência Brasil
Publicado 24/03/2024 19:56
Rio - A advogada Erika Andrade Araújo, mulher do delegado Rivaldo Barbosa, preso neste domingo (24) na Operação Murder Inc, movimentou o dinheiro ilícito recebido pelo marido do deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil) e do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Domingos Brazão — os três são acusados de planejar o assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018. A informação consta no relatório da Polícia Federal, que teve o sigilo levantado neste domingo pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Erika, junto ao delegado Giniton Lages, o comissário Marco Antonio Borges e o assessor do TCE Robson Calixto Fonseca, o Peixe, foi alvo de ação de busca e apreensão e terá que cumprir medidas cautelares, entre elas está o bloqueio de contas bancárias, uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de deixar o país. Conforme o relatório da PF, "embora Erika não seja investigada por atuar no homicídio ou na obstrução das investigações, seu patrimônio também deve ser atingido, considerando os robustos elementos de confusão patrimonial entre ela e Rivaldo Barbosa".
Segundo o relatório final da investigação, há indícios de que Rivaldo recebia "vantagens indevidas da contravenção para não investigar e não deixar investigar os homicídios por eles praticados" quando chefiava a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Um dia antes da execução da parlamentar, ele foi nomeado comandante da Polícia Civil, o que teria facilitado a obstrução das apurações sobre a a execução da vereadora. O advogado do policial diz que ele não teve participação em quaisquer crimes.
As investigações indicaram que Rivaldo obstruiu as investigações de assassinatos decorrentes de disputas territoriais para a exploração do "jogo do bicho". Por meio de depoimentos de contraventores, a PF apontou ainda que "existia um sistema de pagamento mensal realizado pelas milícias para as delegacias. A DH, por exemplo, recebia mensalmente em torno de R$60.000,00/R$80.000,00 (sessenta a oitenta mil reais), isso quando não auferia uma remessa adicional em razão dos crimes que deixavam provas/rastros", informa a corporação.
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