Publicado 01/04/2024 15:29
Rio - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou o mecânico Victor Emmanuel Braga Silva pelo homicídio do barbeiro Thiago Farias da Costa, de 37 anos, em outubro de 2023, em uma oficina no Sampaio, Zona Norte. O órgão também pediu a prisão preventiva do acusado.
A denúncia foi realizada pela 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada, na última quarta-feira (27), junto ao II Tribunal do Júri da Capital. Victor já havia sido indiciado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que requereu sua prisão temporária ao MPRJ.
Thiago da Costa foi morto a tiros após uma discussão com o mecânico na frente da oficina de Victor na Rua Paim Pamplona no dia 28 de outubro de 2023. A vítima chegou a ser socorrida e encaminhada ao Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, também na Zona Norte, mas não resistiu aos ferimentos.
Um vídeo o qual O DIA teve acesso mostra o acusado, de camisa preta, sendo contido por outras pessoas no momento em que discutia com Thiago, de camisa rosa. Logo depois, o criminoso se aproxima da vítima e dispara diversas vezes.
Em uma dos depoimentos colhidos pela DHC, um amigo de Thiago, que estava junto com ele no momento do crime, disse que o barbeiro foi atingido pelos tiros depois de uma discussão em razão do tempo do conserto de seu carro. O veículo de Thiago teria ficado quatro meses na oficina de Victor e que, logo após o mesmo ser liberado, o carro voltou a apresentar um problema, tendo que ser empurrado novamente para o estabelecimento.
O laudo de exame de corpo de delito de necropsia esclareceu que a morte decorreu de hemorragia interna em razão de ferimento de tórax e abdômen, provocados por projetil de arma de fogo. Foram identificados cinco ferimentos de entrada de projetil no corpo do barbeiro.
Thiago foi enterrado no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio, dois dias depois de sua morte.
Questionado se já decidiu sobre o pedido do MPRJ, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) disse que o processo ainda aparece em fase de inquérito policial, mesmo com a Polícia Civil informando que concluiu a investigação e com a denúncia realizada Ministério Público.
Justiça negou primeira solicitação de prisão
No dia 6 de novembro de 2023, a DHC pediu a prisão temporária de Victor Emmanuel depois de ouvir o depoimento de testemunhas, familiares da vítima e do pai do suspeito. O mecânico chegou a ser intimado para depor na época, mas não foi localizado.
Segundo a DHC, os fatos apurados até o momento indicavam a necessidade da prisão temporária de Victor e que a sua detenção ajudaria na preservação das testemunhas que colaboraram com a investigação.
Um dia depois da solicitação, o promotor Alexandre Themístocles, do MPRJ, concordou com o pedido e disse que a restrição da liberdade do investigado é uma medida imprescindível para o andamento do processo. No entanto, o promotor destacou que ainda faltava alguns elementos a serem apresentados, como a oitiva do suspeito, a juntada do laudo pericial de necropsia e do boletim de atendimento médico e a apreensão da arma usada no crime.
O pedido foi enviado à Justiça e o inquérito devolvido à DHC para que as solicitações fossem cumpridas em um prazo de 20 dias, assim como o relatório conclusivo sobre o caso.
Já no dia 8 de novembro de 2023, o juiz Daniel Werneck Cotta, da 2ª Vara Criminal do Rio, negou o pedido de prisão contra Victor justificando que as alegações da Polícia Civil e do MPRJ não serviam, na época, para a decretação da prisão. De acordo com o magistrado, não havia informações de que as testemunhas eram alvos de intimidação e nem qual elemento pendente na investigação recomendaria a prisão do suspeito.
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