Policiais militares fazem operação no Complexo do Dendê contra crime organizadoArquivo / Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Publicado 05/06/2024 08:38
Rio - Pelo segundo dia consecutivo, policiais do 17º BPM (Ilha do Governador) e do Comando de Operações Especiais (COE) fazem, na manhã desta quarta-feira (5), uma operação no Complexo do Dendê, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio. Essas ações acontecem dias depois de sequestros sofridos por motoristas de aplicativo, que denunciam criminosos de estarem cobrando taxas para permitir que rodem na região.
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No entanto, a Polícia Militar não confirma que as operações têm ligação com os acontecimentos recentes no Complexo do Dendê.
A ação desta quarta-feira, por exemplo, segundo a corporação, tem como objetivo reprimir o crime organizado nas comunidades. No local, até o momento, os militares prenderam três suspeitos e apreenderam duas armas, duas granadas, rádio transmissor e drogas.
Além do 17º BPM e do COE, o Grupamento Especializado de Salvamento e Ações de Resgate (Gesar) também auxilia na operação. Até o momento, de acordo com a PM, não há informações sobre prisões, apreensões ou confrontos.
Procurada, a Secretaria Municipal de Educação (SME) afirmou que as escolas do Dendê estão atendendo normalmente. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) disse que o Centro Municipal de Saúde (CMS) Parque Royal suspendeu o funcionamento.
Nesta terça-feira (4), a Polícia Militar também esteve no Dendê. Na ocasião, dois carros roubados foram recuperados, nove motocicletas foram apreendidas e levadas para o depósito e barricadas foram retiradas. 
Motoristas de aplicativos sequestrados
Na última semana, motoristas de aplicativo fizeram denúncias afirmando que estão sendo rendidos, sequestrados e extorquidos por traficantes da Ilha do Governador. Antes, o tráfico permitia a entrada de carros de aplicativo, mas, agora, passou a aplicar novas 'regras'.

Em um grupo nas redes sociais, motoristas relataram como é o modus operandi dos criminosos. Segundo eles, os bandidos fazem a abordagem e os obrigam a subir a comunidade escoltados por traficantes. Em seguida, recebem ordens para desbloquear o celular e fazer o pagamento de uma taxa ilegal.

Ainda segundo as mensagens, na última quinta-feira (30), pelo menos seis motoristas foram abordados na Ilha do Governador. "Pessoal, já sabemos, mas para aqueles que não sabem, está proibido a entrada na Ilha do Governador. Ontem, teve gente que foi levada às 18h e só foi liberado 1h", disse um integrante do grupo.

"Cooperativa do crime"

Após denúncias do ocorrido, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) abriu uma denúncia contra sete narcomilicianos acusados de cobrar taxas de motoristas de aplicativo na Ilha. O pedido cobra a prisão preventiva dos criminosos, que são integrantes da facção Terceiro Comando Puro (TCP) e atuam na comunidade do Dendê, Pixunas e outras localidades.

Segundo a denúncia, as vítimas são ameaçadas pela organização com o uso de armamento pesado, incluindo fuzis, e obrigadas a pagar taxas semanais de R$ 150. A partir do pagamento, os motoristas seriam incluídos em cooperativas.
 

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