Narcomilicianos integram facção que atua em comunidades como o Morro do Dendê, na IlhaReprodução TV Globo
Na comunidade, atuam policiais do 17º BPM (Ilha do Governador) com apoio de equipes do Comando de Operações Especiais (COE), do Grupamento Especializado de Salvamento e Ações de Resgate (GESAR), do 16º BPM (Olaria) e do 22º BPM (Maré).
Nas redes sociais, moradores relataram a presença de um helicóptero da polícia sobrevoando as redondezas da comunidade desde o fim da madrugada.
Motoristas sequestrados por criminosos
Na última semana, motoristas de aplicativo fizeram denúncias afirmando que estão sendo rendidos, sequestrados e extorquidos por traficantes da Ilha do Governador. O tráfico que domina a região antes permitia a entrada de carros de aplicativo, mas passou a ter novas 'regras'. Seriam ao menos 30 casos deste tipo.
Em um grupo nas redes sociais, motoristas relatam como é o modus operandi dos criminosos na região. Segundo eles, os bandidos fazem a abordagem e os obrigam a subir a comunidade escoltados pelo tráfico. Em seguida, recebem ordens para desbloquear o celular e fazer o pagamento de uma taxa de segurança ilegal, por meio de pix.
Ainda segundo mensagens trocadas no grupo dos motoristas de aplicativo, na quinta-feira (30), pelo menos seis motoristas foram abordados na Ilha do Governador. "Pessoal, já sabemos, mas para aqueles que não sabem, está proibido a entrada na Ilha do Governador. Ontem, teve gente que foi levado às 18h e só foi liberado 1 hora da manhã. Sei que todos já sabem, mas lembrar nunca é de mais", dizia um trecho do comunicado.
"Cooperativa do crime"
Após denúncias do ocorrido, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) abriu denúncia contra sete narcomilicianos acusados de cobrar taxas de motoristas de aplicativo na Ilha. O pedido cobra a prisão preventiva dos criminosos, que são integrantes da facção Terceiro Comando Puro (TCP) e atuam na comunidade do Dendê, Pixunas e outras localidades.
Segundo a denúncia, as vítimas são ameaçadas pelo grupo criminoso com o uso de armamento pesado, incluindo fuzis, e obrigadas a pagar taxas semanais de R$ 150. A partir do pagamento, os motoristas seriam incluídos em cooperativas. Os grupos seriam chamados pelos criminosos de "Cooperativa do Crime" e "Cooperativa da Extorsão".
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