Poucos sabem, mas eu entrei no jornalismo com o sonho de ser setorista de futebol de jornal impresso.
Logo no meu primeiro ano de faculdade, entrei no laboratório de TV e nunca mais saí.
Logo no meu primeiro ano de faculdade, entrei no laboratório de TV e nunca mais saí.
Mas há exatamente 5 anos foi por aqui que o sonho da “foca” (gíria para jornalista novo) se realizou.
Não cobri nenhum time, mas é uma honra ter uma coluna com o meu nome.
Não cobri nenhum time, mas é uma honra ter uma coluna com o meu nome.
Era junho de 2019 quando recebi o convite, e aquela emoção do sonho de faculdade me desafiou mesmo depois de tantos anos TV e rádio.
Muitos de vocês podem ler a coluna virtual. Mas toda segunda, quarta e sexta eu faço questão de andar pelo
Centro e morro de orgulho de ver minha coluna na capa impressa e, mais ainda, quando o jornal não tem mais e sobram os concorrentes. Aí mora a veia competitiva que me acompanha em qualquer plataforma de comunicação.
Centro e morro de orgulho de ver minha coluna na capa impressa e, mais ainda, quando o jornal não tem mais e sobram os concorrentes. Aí mora a veia competitiva que me acompanha em qualquer plataforma de comunicação.
Mesmo que "impresso" seja uma palavra menos usual do que na época de faculdade, nada tira seu poder de documentar histórias.
E assim o jornal O DIA faz com colunistas, repórteres e editores e gráfica. Registrar o dia a dia do carioca é contar boa parte de grandes histórias desse país.
Que honra!
Tá bonito
A repórter Branca Andrade insistiu em ouvir e dar segurança para o pai, Paulo Sérgio, falarReprodução sbt Rio
E, por falar em jornalismo, na semana passada um caso muito triste e perturbador mostrou quando o jornalismo vai além da pauta. Foi o caso da menina Sophia levada pelo tio, violentada e morta com mais de trinta e cinco facadas.
Hoje a repórter Branca Andrade recebe um prêmio pela forma como conduziu um “factual” diferente de outros colegas. Será homenageada pela AIEB ( Academia dos intelectuais e escritores do Brasil)
O que ela fez?! Priorizou e deu voz.
A história poderia ser uma câmera de segurança e informação da delegacia e foto. Mas ela insistiu em ouvir dar segurança para o pai falar.
“Com todo o cuidado do mundo, chamei Paulo Sérgio para conversar. Ele estava agitado, o acusado pelo sumiço da filha era um ex-cunhado que estava na delegacia negando tudo o que a imagem provara. Dava para ver nos olhos dele o desespero após uma madrugada inteira acordado tentando saber onde estava a filha. O acusado não abria o bico. O desespero daquele pai que andava de um lado para o outro, que investigou o sumiço da filha batendo de porta em porta na comunidade, que descobriu o paradeiro do algoz e acionou a polícia - por mais que seu coração doesse e o fizesse pensar em fazer justiça com as próprias mãos - mexeu comigo. Eu queria achar Sophia: VIVA! Mas a única coisa que nos mantinha ali unidos era considerar, ainda que remotamente, a chance de ela aparecer salva. A história foi ficando cada vez mais tenebrosa. Outras vítimas de abuso do mesmo homem chegavam à delegacia e a informação de um corpo numa lixeira surgiu", conta Branca.
E foi neste momento, segundo ela, que a jornalista Branca Andrade já não existia mais. A sucessão de fatos que levaram à morte de Sophia, a omissão de parentes que sabiam da conduta do acusado… Tudo isso surgia na minha mente ao mesmo tempo, ela relata.
E sim, o silêncio matou essa menina.
Branca é desses que encara como missão e lutou.
O jornalismo pode e deve ser sempre crítico e desconfiado, mas olhar para quem não tem voz nem na dor e caminho de justiça.
Merecido, Branca!
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