Armas do empresário Luiz Ormond foram encontradas em Cabo FrioReprodução
Publicado 10/06/2024 21:59
Rio - As duas armas do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, que morreu após comer um "brigadeirão" envenenado, foram recuperadas, na noite desta segunda-feira (10), em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio, por agentes da 25ª DP (Engenho Novo).
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Segundo as investigações, a cigana Suyany Breschak foi beneficiária de todos os bens furtados de Luiz após a sua morte. A principal suspeita de dopar a vítima é a psicóloga Júlia Cathermol. Ela teria dado o veículo do empresário, onde as armas estavam, para Breschak como uma forma de abater parte de uma dívida de R$ 600 mil contraída por trabalhos espirituais contratados da cigana.
O veículo da vítima foi encontrado em Cabo Frio, na Região dos Lagos, após supostamente ter sido vendido por R$ 75 mil, e recuperado, junto com outros bens. Contudo, as armas estavam desaparecidas até a noite desta segunda-feira (10), quando os policiais as encontraram em uma rua da Favela Eldorado 2. Os agentes investigavam se o armamento havia sido vendido.
As duas suspeitas de envolvimento no crime estão presas. Suyany está presa há doze dias e Júlia decidiu se entregar na noite da última terça-feira (4), após ficar uma semana escondida em um hotel no Centro do Rio, e utilizou o direito de ficar em silêncio.
Dupla esfarelou remédio
O namorado de Suyany Breschak afirmou em entrevista ao programa "Fantástico", da TV Globo, que viu a cigana e a namorada da vítima, Júlia Cathermol, moendo o remédio que seria misturado ao "brigadeirão envenenado" usado no homicídio.
"Eu não sabia que ela era capaz de fazer uma coisa dessa. De auxiliar alguém a matar outra pessoa. Ela [Suyany] chegou a falar que a Julia mandou uma mensagem assim: 'eu vim aqui malhar e ele está lá mortinho. Eu vi a Júlia moendo remédio lá de cima da pia lá de casa. Esfarelando o remédio. Elas pegaram esses pozinhos do remédio que estava virando pó, colocavam tipo no saquinho de sacolé. Dava um nó, guardou", contou.
Exames do Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro confirmaram a presença de morfina e outras substâncias no corpo de de Luiz Marcelo.
Carta para o ex
Através de uma carta enviada a um ex-namorado, a psicóloga Júlia Cathermol disse que foi ameaçada e coagida durante o tempo em que ficou com a vítima. A suspeita alegou ainda que estava "fraca mentalmente" e que sofreu uma "lavagem cerebral". A versão se alinha à hipótese da polícia sobre Suyany ser mandante do crime e detentora de influência espiritual sobre Júlia. Confira o texto completo:
"Jean, precisava te encontrar para te contar o que aconteceu, mas dada a minha situação vai ser complicado no momento. Eu sei que você está p*to comigo, se sente traído e enganado, e eu entendo. Mas queria que entendesse que eu estava sendo coagida e sob ameaça. Aquele beijo foi fingido e não passou disso, até porque ele [Ormond] estava sempre dopado, e eu fugia, não dormia nem no mesmo quarto.
Eu sei que não ameniza, mas tudo o que está acontecendo foi porque fui fraca mentalmente, sofri uma lavagem cerebral e fui ameaçada de morte, você e minha mãe também. Então eu surtei. Ainda estou surtada, na verdade estou muito pior, sem saber lidar com tudo isso. Ainda mais sem seu apoio. Eu preciso muito do seu amor, do seu apoio e do seu perdão. Me ajuda a enfrentar tudo isso, fica do meu lado.

Você e todos sabem que se eu estivesse em plenas faculdades mentais, jamais teria feito nada disso, teria ido pro Chile com você. Você acha mesmo que eu estava sã? Esses dias eu estou em surto, me machuco, me recuso a comer, só choro. Estou tendo o apoio de minha mãe e Marino [padrasto], mas você me acalma, me protege, e eu me sentiria mais forte.

Desculpa citar isso, mas a sua ex fez por prazer, além de não ter cuidado de você quando você mais precisou, e você implorou para voltar. Por que não pode ao menos pensar em me dar uma segunda chance?

Agora é a hora que eu mais preciso de você, por favor, não me abandona, fica do lado da sua mulher nesse momento difícil. Tenho certeza que daria a vida por você. E foi o que fiz. Estou sem celular, os celulares da minha mãe e Marino estão hackeados, e talvez o seu também esteja. Então não sei como me comunicar com você. Pensei nessa carta. Quando ler, apaga a foto para não ficar salva. Me responda por carta também, ou então fala em código, sei lá, mas me responde por favor.

Eu preciso ser internada. Estou com medo de fazer coisas piores comigo mesma, mas não sei se vai rolar. Seu pai não quer pegar o caso por causa do beijo, mas como ele sempre diz, "não é o que você faz, mas por que faz". Tenta entender o motivo. Se você pedir, ele aceita me ajudar também.

Estou escrevendo essa carta vendo o jogo do Fluminense, e eu só queria estar vendo com você. Eu vi eu vi que apagou nessas fotos do Instagram, talvez já tenha tomado sua decisão. Mas eu li as mensagens que escreveu dizendo que eu sou sua vida e quer viver comigo. Eu também quero, quero nossa casa, nosso filho... eu só preciso passar por isso primeiro. Te imploro mais uma vez para não me abandonar quando eu mais preciso. Sairemos mais forte disso. Me apoia, por favor. Sem você, não vou aguentar. É muito pesado. Você me equilibra. Eu sinto muito por tudo isso, há poucos dias que minha mente foi liberta.

Sei que é difícil, mas, por toda a nossa história, tenha piedade de mim. Preciso do seu amor. É claro que você confia menos em mim agora, mas isso eu reconquisto. Tenho medo de você me olhar diferente. Eu estou aqui, eu estou de volta, eu te amo como nunca amei ninguém e nunca vou amar. Me aceitando de volta ou não, te levarei para sempre comigo.

Aguardo seu retorno por carta ou por códigos. Eu sei que no fundo você quer me perdoar. Preciso que cuide de mim, e eu cuidarei para sempre de você. Seu abraço curaria muita coisa agora."
 
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