Júlia é suspeita de matar LuizReprodução

Rio - O namorado de Suyany Breschak, apontada como mandante da morte do administrador de imóveis Luiz Marcelo Antônio Ormond, afirmou em entrevista ao programa "Fantástico" da TV Globo que viu a influenciadora e a namorada da vítima, Júlia Pimenta, moendo o remédio que seria misturado ao "brigadeirão envenenado" usado no homicídio.
"Eu não sabia que ela era capaz de fazer uma coisa dessa. De auxiliar alguém a matar outra pessoa", disse o namorado da influenciadora, que preferiu não se identificar.
Ele afirma ter contado à polícia tudo o que viu e também o que ouviu de Suyany. "Ela [Suyany] chegou a falar que a Julia mandou uma mensagem assim: 'eu vim aqui malhar e ele está lá mortinho".
Para a polícia, Suyany Breschak foi a mentora do crime. Segundo o delegado responsável pelo caso, a influencidora detinha poder sobre a suspeita de ter cometido o envenenamento, a namorada da vítima, Júlia Pimenta. Após matar o namorado, Júlia permaneceu no apartamento com o corpo durante três dias.
O namorado da influenciadora contou que viu a dupla moendo o remédio que seria utilizado no crime. "Eu vi a Júlia moendo remédio lá de cima da pia lá de casa. Esfarelando o remédio. Elas pegaram esses pozinhos do remédio que estava virando pó, colocavam tipo no saquinho de sacolé. Dava um nó, guardou".

A testemunha afirmou ainda que duas armas que estavam no carro da vítima foram revendidas por R$ 14 mil.
Exames do Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro confirmaram a presença de morfina e outras substâncias no corpo de de Luiz Marcelo.
Suyany tem mais de 8 milhões de seguidores nas redes sociais. Ela se promovia como "cigana esmeralda" e oferecia serviços espirituais. 
As duas suspeitas estão presas. Suyany está presa há doze dias e Júlia decidiu se entregar na noite da última terça-feira, após ficar uma semana escondida em um hotel no Centro do Rio, e utilizou o direito de ficar em silêncio.

As investigações mostram que cerca de três dias depois da morte de Luiz Marcelo, Júlia seguiu para a Região dos Lagos do Rio com o carro da vítima. O veículo foi entregue a Suyany, como parte do pagamento de uma dívida de 600 mil reais pelos trabalhos espirituais realizados. O carro estava cheio de objetos de Luiz Marcelo.
Depois, o veículo foi entregue a um ex-namorado de Suyany, Victor Chaffi, que responde em liberdade pelo crime de receptação.
Outro namorado
Outra linha de investigação é de que a cigana teria auxiliado Júlia a mentir para um outro homem com quem ela se relacionava há cerca de dois anos. Juntas, as duas inventaram que a suspeita teria conseguido um trabalho de babá na qual precisaria se ausentar por um mês, tempo em que ela passou a morar com Luiz Marcelo.

O homem com quem Júlia mantinha esse segundo relacionamento também prestou depoimento e apresentou áudios e fotos enviados por aplicativos de mensagem onde ela tentava comprovar o trabalho de babá, no qual alegou que receberia R$ 11 mil de remuneração. No entanto, as investigações demonstraram que as crianças que apareciam nas imagens eram filhos da própria Suyany. O delegado encontrou ainda semelhança na voz da cigana e da 'contratante' do serviço.

A relação com a vítima
A suspeita começou a se relacionar com o empresário vítima ainda em 2013. À época, Júlia tinha apenas 18 anos enquanto Marcelo tinha 34. Os dois ficaram juntos até 2017, quando se separaram, mas voltaram a se falar em março deste ano. Segundo a investigação da 25ª DP (Engenho Novo), Júlia teria procurado Luiz que, inclusive, teria cogitado formalizar uma união estável com a suspeita.

Segundo publicação nas redes sociais, Luiz chegou a mudar o status das suas redes sociais para casado. Nesse momento, dia 19 de abril, os dois já moravam juntos no apartamento do empresário, no Engenho Novo, Zona Norte do Rio. O local é o mesmo onde o corpo da vítima foi encontrado, cerca de um mês depois, no dia 20 de maio.