Júlia Andrade é a principal suspeita de envenenar o namorado com brigadeirãoReprodução

Rio - Três novas testemunhas compareceram na 25ª DP (Engenho Novo), nesta quinta-feira (6), para prestar depoimento sobre o caso do empresário Luiz Marcelo Ormond, de 46 anos, morto envenenado com brigadeirão pela psicóloga Júlia Catherman, de 29. A informação foi apresentada pelo "RJTV", da TV Globo.
Um dos depoimentos foi de Victor Ernesto de Souza Chaffi, ex namorado da cigana Suyany Breschack, apontada como mandante do crime. Uma testemunha, que não teve o nome divulgado, disse conhecer o passado de Suyany. Tanto ela quanto a sua advogada relataram que estão sofrendo ameaças por parte da família da cigana.
Nesta terça-feira, Julia se entregou na 25ª DP (Engenho Novo) após ficar uma semana escondida em um hotel no Centro do Rio. Durante o depoimento, a suspeita se recusou a responder as perguntas dos investigadores da distrital sobre o envenenamento da vítima, usando o brigadeirão.
Na manhã de quarta-feira, a suspeita foi transferida para presídio em Benfica, onde segue presa temporariamente por homicídio qualificado. Antes da prisão, a mãe de Júlia, Carla Cathermal Faria, esteve na 25ª DP (Engenho Novo) para prestar esclarecimentos e disse que a filha teria dito que fez "uma besteira".
O caso
De acordo com o relato da mãe, a filha teria cometido o crime obrigada pela cigana Suyany Breschak. Apontada como mentora religiosa da psicóloga, ela foi presa por ajudar Júlia a se desfazer dos bens de Luiz Ormond. Entre o material roubado após a morte da vítima, no último dia 18 de maio, está um carro avaliado em R$ 75 mil.
O empresário vítima do esquema foi encontrado sem vida no apartamento onde vivia com Júlia no dia 20 de maio. A polícia chegou ao local após denúncias de vizinhos. Os moradores do prédio ligaram após sentirem o cheiro ruim causado pelo estágio avançado de decomposição do corpo de Luiz.
Júlia teria cometido o crime por motivos financeiros, uma vez que tinha dívidas no valor de R$ 400 mil com a cigana. Segundo a cigana Suyany Breschak, presa por ter ajudado Júlia a se desfazer dos bens da vítima, a suspeita fazia programas sexuais para se manter e que, ao longo dos anos, Júlia passou a lhe dever R$ 600 mil pelos atendimentos, que vinham sendo quitados com pagamentos em torno de R$ 5 mil mensais há cerca de 5 anos.
O trabalho da cigana era relativo à limpeza espiritual para que familiares e namorados não descobrissem a vida de Júlia como garota de programa e também para atrair mais clientes. Segundo ela, a suspeita seguia a vida da seguinte maneira: passava os fins de semana com um outro namorado e dividia o restante dos dias entre Luiz Marcelo e eventuais atendimentos.