Rio - Foragida desde o último dia 28, Júlia Andrade Cathermal Pimenta, de 29 anos, presa suspeita de envenenar o namorado Luiz Marcelo Antônio Ormond, de 44, se escondia em hotel no Centro do Rio. De acordo com a Polícia Civil, a psicóloga deu entrada no local na noite do último dia 28, horas antes de ser considerada foragida. Ela apresentou um nome falso de Lilia Mara Schneider para fazer a reserva.
Imagens de câmeras de segurança obtidas pela polícia revelaram o dia em que a psicóloga dá entrada no hotel. Ela só saiu no início da tarde desta terça-feira (4), horas antes de se entregar na 25ª DP (Engenho Novo). Acompanhada da sua advogada, Júlia chegou ao local por volta das 21h.
Durante o depoimento, a suspeita se recusou a responder as perguntas dos investigadores da distrital sobre o envenenamento da vítima, usando o brigadeirão. Antes da prisão de Júlia, agentes da distrital já monitoravam possíveis esconderijos da então foragida. Uma das hipóteses dos investigadores era de que ela estivesse sendo acobertada por parentes e amigos que vivem na Região dos Lagos.
Na manhã desta quarta-feira, a suspeita foi transferida para presídio em Benfica. Por enquanto, a psicóloga segue presa temporariamente por homicídio qualificado. Antes de se entregar, a mãe de Júlia, Carla Cathermal Faria, esteve na 25ª DP para prestar esclarecimentos e disse que a filha teria dito ter admitido fazer "uma besteira".
O caso
De acordo com o relato da mãe, a filha teria cometido o crime obrigada pela cigana Suyany Breschak. Apontada como mentora religiosa da psicóloga, ela foi presa por ajudar Júlia a se desfazer dos bens de Luiz Ormond. Entre o material roubado após a morte da vítima, no último dia 18 de maio, está um carro avaliado em R$ 75 mil.
O empresário vítima do esquema foi encontrado sem vida no apartamento onde vivia com Júlia no dia 20 de maio. A polícia chegou ao local após denúncias de vizinhos. Os moradores do prédio ligaram após sentirem o cheiro ruim causado pelo estágio avançado de decomposição do corpo de Luiz.
O motivo
Júlia teria cometido o crime por motivos financeiros, uma vez que tinha dívidas no valor de R$ 400 mil com a cigana. Segundo a cigana Suyany Breschak, presa por ter ajudado Júlia a se desfazer dos bens da vítima, a suspeita fazia programas sexuais para se manter e que, ao longo dos anos, Júlia passou a lhe dever R$ 600 mil pelos atendimentos, que vinham sendo quitados com pagamentos em torno de R$ 5 mil mensais há cerca de 5 anos.
O trabalho da cigana era relativo à limpeza espiritual para que familiares e namorados não descobrissem a vida de Júlia como garota de programa e também para atrair mais clientes. Segundo ela, a suspeita seguia a vida da seguinte maneira: passava os fins de semana com um outro namorado e dividia o restante dos dias entre Luiz Marcelo e eventuais atendimentos.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.