Florencia Aranguren foi morta a facadas em dezembro do ano passadoReprodução / Redes Sociais

Rio - A Polícia Civil encontrou um material genético correspondente a Carlos José França, preso no início de dezembro do ano passado, nas unhas da turista argentina Florencia Aranguren, de 31 anos. A vítima foi morta a facadas em uma trilha em Búzios, na Região dos Lagos do Rio, e o homem é réu pelo crime.
A análise foi realizada por peritos do Instituto de Pesquisa e Perícia em Genética Forense (IPPGF). Depois do homicídio, foram coletadas amostras do corpo da vítima e do acusado. Os materiais foram comparados com resíduos das vestes do homem – boné, bermuda, chinelo e cueca – e com material retirado das unhas da turista, que teria uma possível presença de pele do autor do crime.

Os exames iniciais apenas apontaram a presença do DNA da vítima. Os peritos, então, empregaram uma técnica específica para a detecção de marcadores de DNA de origem masculina. Os resultados obtidos indicaram a presença de um perfil genético do cromossomo Y na unha da argentina coincidente com as variantes presentes no cromossomo Y do suspeito.

Segundo a Polícia Civil, além de ajudar a elucidar o crime, a análise pode ajudar ainda em outras investigações. O perfil obtido das unhas da vítima será inserido no Banco Estadual de Perfis Genéticos, possibilitando a correlação com outros crimes cometidos pelo mesmo autor.

O inquérito do homicídio de Florencia Aranguren já havia sido concluído pela 127ª DP (Armação de Búzios) com o indiciamento do homem. A nova prova técnica será enviada a Justiça com o objetivo de fortalecer o processo.
Relembre o caso
Florencia foi assassinada no dia 6 de dezembro enquanto passeava com o cachorro próximo à praia de José Gonçalves. Guardas da Ronda Ostensiva Municipal Urbana (Romu) encontraram o corpo da argentina após uma denúncia anônima. Os agentes, então, acionaram policiais militares, que iniciaram as buscas pelo assassino.
Carlos José foi preso em flagrante em um condomínio próximo ao local do crime enquanto estava se lavando. Segundo os agentes, ele estava com manchas de sangue na roupa e quando foi colocado frente ao corpo da vítima, o cachorro que a acompanhava reagiu ao vê-lo. Além disso, o laudo pericial confirmou que as roupas do acusado tinham manchas de sangue humano.
Carlos teve a prisão convertida para preventiva no dia 9 de dezembro do ano passado. Em audiência de custódia, a juíza Danielle Lima Pires Barbosa citou a "extrema gravidade" do crime. "Não se pode ignorar que o crime foi praticado com arma branca de alto potencial lesivo", escreveu.
O fato do acusado ter duas anotações criminais por furto e lesão corporal também colaborou para a decisão. "Destaque-se que o custodiado já ostenta anotação criminal, conforme consta de sua folha de antecedentes, voltando a ser preso em flagrante pela prática de novo crime. Nesse sentido, seu constante envolvimento com o aparato policial e judicial demonstra sua dedicação à atividade criminosa, fazendo dela seu meio de vida, o que torna necessária a custódia cautelar para evitar a reiteração delitiva", informou a juíza.
Em 22 de dezembro, o juiz Danilo Marques Borges, da 2ª Vara de Búzios, aceitou denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ) e tornou réu Carlos José de França pelo crime de homicídio qualificado. Já no dia 30 de janeiro deste ano, a Justiça decidiu em levar o caso ao Tribunal do Júri.