Alana e Lucas começaram a se relacionar quando tinham 12 e 21 anos, respectivamenteArquivo Pessoal

Rio - Lucas Lima Queiroz do Nascimento, de 29 anos, suspeito de espancar a namorada Alana Andrade de Oliveira, de 19, no Morro do Vidigal, na Zona Sul do Rio, já é considerado foragido pelo crime. A Justiça do Rio expediu um mandado de prisão temporária contra ele na última quinta-feira (6).
Segundo a denúncia da família da vítima, o casal havia se reconciliado há pouco tempo e, depois que Lucas viu no celular da jovem uma ligação de uma pessoa com quem ela se relacionou enquanto estava solteira, ele a agrediu.
O crime aconteceu no dia 2 deste mês. De acordo com a mãe, a manicure Nathalia Andrade, de 34 anos, Alana convidou Lucas para ir almoçar na casa de uma tia, no Vidigal. Ao longo do dia, a jovem saiu para comprar bebidas e ao voltar, notou uma mudança no comportamento do homem. Pouco depois, ele chamou a namorada para ir tirar fotos em um ponto da comunidade e, sem desconfiar, ela aceitou. Mas, o suspeito a levou para um ponto de difícil acesso, onde questionou sobre a ligação e a agrediu.
"Chegando no local, ele questionou a ela sobre a ligação e ela tentou explicar que era antiga, que ela não tinha atendido, mas ele simplesmente já agrediu ela (...) Por incrível que pareça, uma criança viu e pediu para um mototáxi chamar a polícia porque tinha uma menina apanhando. Quando os 'mototáxis' foram lá, viram que eram minha filha, num estado gravíssimo, e desceram com ela carregada. Como ele (Lucas) estava de moto, conseguiu fugir", relatou Nathalia.
Alana deu entrada no Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon, também na Zona Sul, por volta das 21h40 do mesmo dia e teve alta na madrugada de segunda-feira (3). A vítima sofreu lesões na cabeça, rosto, braços e pernas, além de arranhões pelo corpo. Após deixar a unidade de saúde, seguiu com a mãe para a 14ª DP (Leblon), onde prestou queixa, pediu uma medida protetiva contra Lucas e foi encaminhada para exame de corpo de delito.
A vítima e o agressor vivem na Cruzada São Sebastião, no Leblon, e começaram a se relacionar quando tinham 12 e 21 anos, respectivamente. A mãe conta que sempre proibiu o namoro, por conta da diferença de idade, mas que a filha fugia e mentia para se encontrar com Lucas. Ao longo dos últimos sete anos, o casal passou por inúmeras idas e vindas e, segundo a manicure, Alana sofria em um relacionamento abusivo, com o homem controlando até as redes sociais da jovem, que já havia sido agredida outras vezes.
"Acho que foi uma paixão que ela viu e fazia de tudo, era Deus no céu e Lucas na Terra, e brigava comigo, com a família, para estar com ele e a gente sempre relutando. A gente sempre conversava que não era um relacionamento para ela, que ele era uma pessoa madura, que já chegou a agredir uma ex-namorada, a ponto dela perder um bebê. Eu explicava que ele não era o tipo de pessoa para ela se relacionar. Mas, desde essa época, eles ficam nessas idas e vindas, sempre foi um relacionamento abusivo, isso não é de agora", desabafou a mãe.
Nathalia diz ainda que Lucas ficou com o celular de Alana, mas não tentou contato com ela ou a família desde o crime. Ela acredita que o agressor tenha se escondido com ajuda de parentes, já que tem familiares em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, além de em Mangaratiba, na Costa Verde, em Minas Gerais e na França. Vizinhos chegaram a relatar que viram uma tia do homem deixando o local onde ele morava com malas.
"Eu quero justiça, que achem o Lucas onde for, que ele pague por tudo o que ele fez, foi com a minha filha, mas já aconteceu em outro relacionamento dele. Espero que ele pague, porque a minha filha está sofrendo e não é pouco. Então, meu sentimento é de revolta, raiva, ódio. Infelizmente, meu sentimento é esse, eu não queria ter ódio de alguém. Meu coração está dilacerado, estou acabada, eu só quero justiça, só desejo que ele pague, que ele sinta na pele tudo o que fez com a minha filha", desabafou a mãe da jovem.
A Polícia Civil informou que, no momento do registro, os agentes solicitaram à Justiça medidas protetivas para a vítima. O caso foi encaminhado à 15ª DP (Gávea) e as investigações seguem em andamento.