Alana Andrade Augusto de Oliveira foi socorrida por mototaxistas do Morro do VidigalArquivo Pessoal

Rio - Uma jovem de 19 anos denunciou ter sido espancada pelo namorado, no Morro do Vidigal, na Zona Sul, no último domingo (2). Alana Andrade Augusto de Oliveira e Lucas Lima Queiroz do Nascimento, 28, haviam se reconciliado recentemente, quando a vítima foi atraída para uma armadilha, depois que o homem viu no celular dela a ligação de uma pessoa com quem se relacionou enquanto estava solteira. O agressor fugiu após o crime e ainda não foi localizado. 
De acordo com a mãe, a manicure Nathalia Andrade, 34, Alana convidou Lucas para ir almoçar na casa de uma tia, no Vidigal. Ao longo do dia, a jovem saiu para comprar bebidas e ao voltar, notou mudança no compartamento do homem. Pouco depois, ele chamou a namorada para ir tirar fotos em um ponto da comunidade e, sem desconfiar, ela aceitou. Mas, o suspeito a levou para um ponto de difícil acesso, onde questionou sobre a ligação e a agrediu. 
"Chegando no local, ele questionou a ela sobre a ligação e ela tentou explicar que era antiga, que ela não tinha atendido, mas ele simplesmente já agrediu ela (...) Por incrível que pareça, uma criança viu e pediu para um mototáxi chamar a polícia porque tinha uma menina apanhando. Quando os 'mototáxis' foram lá, viram que eram minha filha, num estado gravíssimo, e desceram com ela carregada. Como ele (Lucas) estava de moto, conseguiu fugir", relatou Nathalia. 
Alana deu entrada no Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon, também na Zona Sul, por volta das 21h40 e teve alta na madrugada de segunda-feira (3). A vítima sofreu lesões na cabeça, rosto, braços e pernas, além de arranhões pelo corpo, e tem apresentado dificuldades para andar. Após deixar a unidade de saúde, seguiu com a mãe para a 14ª DP (Leblon), onde prestou queixa, pediu uma medida protetiva contra Lucas e foi encaminhada para exame de corpo de delito.
A vítima e o agressor vivem na Cruzada São Sebastião, no Leblon, e começaram a se relacionar quando tinham 12 e 21 anos, respectivamente. A mãe conta que sempre proibiu o namoro, por conta da diferença de idade, mas que a filha fugia e mentia para se encontrar com Lucas. Ao longo dos últimos 7 anos, o casal passou por inúmeras idas e vindas e, segundo a manicure, Alana sofria em um relacionamento abusivo, com o homem controlando até as redes sociais da jovem, e já havia sido agredida outras vezes. 
"Acho que foi uma paixão que ela viu e fazia de tudo, era Deus no céu e Lucas na Terra, e brigava comigo, com a família, para estar com ele e a gente sempre relutando. A gente sempre conversava que não era um relacionamento para ela, que ele era uma pessoa madura, que já chegou a agredir uma ex-namorada, a ponto dela perder um bebê. Eu explicava que ele não era o tipo de pessoa para ela se relacionar. Mas, desde essa época, eles ficam nessas idas e vindas, sempre foi um relacionamento abusivo, isso não é de agora", desabafou a mãe. 
Nathalia diz ainda que Lucas ficou com o celular de Alana, mas não tentou contato com ela ou a família desde o crime. Ela acredita que o agressor tenha se escondido com ajuda de parentes, já que tem familiares em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, além de em Mangaratiba, na Costa Verde, em Minas Gerais e na França. Vizinhos chegaram a relatar que viram uma tia do homem deixando o local onde ele morava com malas.
"Eu quero justiça, que achem o Lucas onde for, que ele pague por tudo o que ele fez, foi com a minha filha, mas já aconteceu em outro relacionamento dele. Espero que ele pague, porque a minha filha está sofrendo e não é pouco. Então, meu sentimento é de revolta, raiva, ódio. Infelizmente, meu sentimento é esse, eu não queria ter ódio de alguém. Meu coração está dilacerado, estou acabada, eu só quero justiça, só desejo que ele pague, que ele sinta na pele tudo o que fez com a minha filha", desabafou a mãe da jovem. 
A Polícia Civil informou que, no momento do registro, os agentes solicitaram à Justiça medidas protetivas para a vítima. O caso foi encaminhado à 15ª DP (Gávea) e as investigações estão em andamento para esclarecer todos os fatos. A reportagem do DIA tenta contato com a defesa de Lucas. O espaço está aberto para manifestação. O Disque Denúncia recebe informações pela Central de Atendimento, nos telefones (21) 2253-1177 ou 0300-253-1177; pelo WhatsApp Anonimizado, no (21) 2253-1177; e pelo aplicativo Disque Denúncia RJ. O anonimato é garantido.