Publicado 21/06/2024 17:29 | Atualizado 21/06/2024 17:59
Rio - A Polícia Civil interrogou os policiais militares envolvidos na ocorrência que terminou na morte da gerente comercial Quetilene Soares Souza, de 37 anos, na noite de quinta-feira (20), na comunidade do Dique, em Duque de Caxias. As câmeras corporais dos agentes também estão sendo analisadas e as armas já passaram por perícia. A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) tenta descobrir de onde partiu o tiro que matou Quetilene e se realmente houve confronto na região.
PublicidadeAté o momento, duas versões foram apresentadas à polícia e estão em investigação na DHBF. A Polícia Militar também instaurou um procedimento apuratório para averiguar as circunstâncias do fato.
A primeira é a versão dos PMs do 15ºBPM (Duque de Caxias). A equipe presente na ocorrência alega que durante um patrulhamento pela Avenida Governador Leonel de Moura Brizola-Gramacho, na altura da comunidade do Dique, a viatura foi alvo de vários disparos de arma por parte de criminosos, e houve confronto. Ao fim dos disparos, a equipe teria sido informada de que uma mulher havia sido baleada. A gerente comercial foi socorrida pelos próprios policiais para o Hospital Moacir do Carmo, mas não resistiu e morreu. Nenhuma arma, drogas ou suspeito foi apresentado à Polícia Civil.
A segunda versão é de alguns moradores e do marido da vítima, que afirmam que não havia criminosos na rua no momento dos disparos e que somente a polícia atirou na comunidade, por volta das 19h de quinta-feira (21). Na manhã desta sexta-feira (21), na entrada do Instituto Médico Legal (IML) de Caxias, Gilian Martins, marido de Quetilene, culpou os PMs pela morte da mulher. "Eles fizeram uma covardia enorme e ainda estão tentando colocar a culpa no tráfico, não tinha nenhum bandido, eles já tinham se escondido, estavam cabreiros, quando a polícia deu o tiro só tinha minha mulher de roupa preta nessa esquina, não tinha 'radinho', não tinha arma, só tinha minha mulher", disse.
Vídeo mostra desespero de moradores ao ver moradora baleada
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que a moradora Quetilene está caída ao lado de uma viatura da Polícia Militar, após ser baleada. "Olha a garota morta, não é possível. Ela está toda mole, tem que falar, tem que ir alguém junto", diz uma moradora ao ver a cena.
Logo após Quetilene ser baleada, moradores protestaram contra PMs que estavam na região. "Mataram uma mulher inocente, uma moradora que tinha acabado de chegar do trabalho. Nós estávamos aqui no portão comemorando o aniversário de um amigo quando ela passou e falou com todos. Minutos depois vieram os tiros e a notícia de que ela teria sido baleada. Muita falta de preparo da parte dos policiais, mais uma família inocente que chora", lamentou outro vizinho.
Quetilene deixou duas filhas, de 2 e 7 anos, frutos do relacionamento de 11 anos com Gilian. O corpo dela será velado na capela da Igreja Nossa Senhora Aparecida, em Magé, às 8h deste sábado (22). O sepultamento será às 12h, no Cemitério de Raiz da Serra, no mesmo município.
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